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Senado interrogará médica que testou nebulização de cloroquina em paciente de Covid-19

Técnica de radiologia, de 33 anos, morreu menos de um mês após parto do primeiro filho e terapia clandestina

Por Portal Eu, Rio! em 19/04/2021 às 21:33:43

Ginecologista, Michelle Chechter testou nuvem de cloroquina e postou foto com o marido, Gustavo Dutra, e o colega intensivista Tarcísio Foto Twitter

A Comissão Temporária da Covid-19 aprovou convite para os médicos Michelle Chechter e Gustavo Maximiliano Dutra esclarecerem morte por uso de nebulização de cloroquina em Manaus. A médica é a responsável pela nebulização da paciente de 33 anos, que morreu no dia seguinte da nebulização e 27 dias depois do nascimento do 1º filho. Com o incidente, Michelle Chechter foi demitida da maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus, pela Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas. O governo estadual informou que o tratamento não integra os protocolos terapêuticos do Instituto, nem de outra unidade da rede estadual de saúde. Mesmo que o paciente ou familiar queira adotar o tratamento, a rede não o realiza, por falta de respaldo científico.

Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) a reportagem da Rádio Senado sobre o convite aos médicos que fizeram a experiência clandestina com a nebulização de hidroxicloroquina. A requisição do depoimento foi da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).


A médica e o marido, o também médico Gustavo Maximiliano Dutra, adotaram o tratamento invocando uma pesquisa coordenada pelo doutor Vladimir Zelenko, de Nova York. A experiência é citada no documento em que a técnica de radiologia supostamente autorizou o tratamento, única referência escrita apresentada pelo casal em sua defesa. Zelenko afirmou em entrevista a Rudolph Giuliano, coordenador da Defesa de Donald Trump e ex-prefeito de Nova York, ter obtido resultados expressivos em 700 pacientes tratados com um coquetel de azitromicina, hidroxicloroquina e zinco.

O estudo de Zelenko não foi publicado em revista científica, submetido a controle dos pares ou adotado como orientação pelo Control Disease Center (CDC), que coordena o combate a doenças contagiosas como a Covid-19 nos Estados Unidos. A azitromicina, medicamento para AIDS e infecções virais, e a hidroxicloroquina não foram aprovadas no Solidarity, o maior estudo sobre medicamentos contra a Covid-19, coordenado no Brasil pela Fiocruz com 18 mil pacientes em 12 hospitais em 12 estados.


O Twitter excluiu na quarta-feira (14.abr.2021) uma postagem de Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria Geral da Presidência, com vídeo de uma mulher recebendo nebulização de hidroxicloroquina como tratamento para covid-19, em Manaus (AM). O post de Onyx foi apagado pelo Twitter por violar as regras de uso da rede.


A publicação fora feita pelo perfil do ministro em 20 de março, 18 dias depois da morte da paciente. A ginecologista Michelle Chechter aparece no vídeo aplicando nebulização em uma paciente no pós-parto. Antes de ser deletado, até o domingo (11/4), o vídeo havia sido visto 132,5 mil vezes.

O vídeo viralizou em grupos de apoiadores dp presidente Jair Bolsonaro, um dos defensores do chamado “tratamento precoce” contra a covid-19. O tratamento precoce, que na verdade não tem comprovação científica, é comumente feito com dois dos medicamentos citados por Zelenko, azitromicina e hidroxicloroquina.

Com a repercussão da publicação, Onyx Lorenzoni voltou à rede 2 dias depois, no dia 22 de março, e acusou o site DCM (Diário do Centro do Mundo) de publicar uma “mentira patológica” ao falar de seu post. O ministro, nas próprias redes sociais, revela o nome da paciente em prontuário de atendimento, prática que viola o sigilo médico.



No perfil de Onyx no Twitter, na quinta-feira (15/4), o vídeo foi substituído pela mensagem “Este Tweet não está mais disponível porque violou as Regras do Twitter”.


Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Senado

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