Projeto ensina costureiras a utilizar lona vinílica na criação de produtos sustentáveis

Até segunda-feira (26), mulheres costureiras de Itaguaí, na Costa Verde, e de Campo Grande, zona oeste do Rio, poderão se inscrever nas oficinas gratuitas do projeto ‘COLLAB Instituto Mazomba’. A iniciativa visa capacitar costureiras na criação de produtos sustentáveis a partir da reutilização da lona vinílica.

A proposta é que todas as participantes trabalhem de forma parcialmente online a partir de um ateliê criativo, onde vão receber formação sobre design, sustentabilidade, empreendedorismo e meio ambiente, além de capacitação no manuseio de maquinário e técnicas de estamparia para o desenvolvimento de peças. As selecionadas receberão uma bolsa-auxílio no valor de R$200,00. A formação tem duração de dois meses.

“Queremos criar um grupo de mulheres autossustentável para o desenvolvimento de produtos com conceito de ecodesign através de oficinas técnicas para mulheres da região do Vale do Mazomba e entorno”, explica Horlan Gentil, um dos idealizadores do projeto.

Aira Nascimento, fundadora da "As Josefinas Collab", negócio de impacto social responsável pela produção executiva do projeto, destaca que a iniciativa é importante para fortalecer a sustentabilidade e a geração de renda para mulheres periféricas.

“Além de promover a conscientização ambiental, neste momento pandêmico é importante apoiar estas mulheres na base para que possam gerar rendas para suas famílias na região. Por isso o projeto é tão relevante”, afirma.

"As Josefinas Collab" tem como foco as mulheres e mães empreendedoras da periferia. Todos os parceiros envolvidos no projeto são de empreendedoras da região e, em sua maioria, lideradas por mulheres.

Dos eventos aos produtos sustentável

A lona vinílica, utilizada na confecção de banneres, fundos de palco e outdoors, pode ser reaproveitada na construção de outros produtos de alto grau de qualidade. Pode virar sacolas, acessórios, produtos escolares e o que mais a imaginação permitir. A matéria-primeira é facilmente encontrada em materiais promocionais, utilizados principalmente em eventos corporativos.

As lonas vinílica são produzidas a partir de uma mistura de resina, plastificantes, cargas e aditivos. Esse polímero apresenta característica de baixa degradabilidade, ou seja, sua decomposição na natureza pode durar até 400 anos para degradar no meio ambiente.

Segundo Gentil, a partir da conscientização sobre o meio ambiente, produção sustentável e socioeconômica, o projeto vai executar ações práticas e teóricas no desenvolvimento de produtos com base em matérias-primas descartadas pela indústria e população. Além disso, gerar renda e qualificação profissional aos participantes do projeto.

“O nível de conhecimento técnico, estético e ecológico integrados potencializam o desenvolvimento desses produtos, fomentando a produção auto sustentável nas comunidades envolvidas”, destaca.

Podem se inscrever para as oficinas do projeto mulheres com experiência em corte e costura, moradoras de Itaguai e zona oeste carioca. É preciso preencher o formulário no link https://forms.gle/mEZfqjDaD9Jco4ek9.

O Projeto “COLLAB Instituto Mazomba” é uma iniciativa da Vale por meio do edital Programa Comunidade Participativa 2020 que tem por objetivo selecionar e apoiar projetos sociais, nas áreas de Geração de renda, Capacitação Profissional, Saúde, Cultura e Esporte.

"As Josefinas Collab", negócio social de Campo Grande, zona oeste carioca, que tem como foco as mulheres e mães empreendedoras da periferia, é parceira na elaboração do projeto e responsável pela operação da iniciativa.

“Quando uma rede de colaboração é organizada, ela passa a atender demandas imediatas da população por trabalho, melhoria no consumo, educação, reafirmação da dignidade humana das pessoas e do seu direito ao bem viver, e começa a implantar um novo modo de produzir, consumir e conviver, gerando renda e capacitação, este projeto é de suma importância quando se fala na declaração de direitos humanos”, destaca Aira Nascimento, fundadora da "As Josefinas".

Sobre o Instituto Mazomba

O Instituto Mazomba é uma instituição não governamental que busca - através da cultura, do esporte e da agroecologia - atuar no fortalecimento das relações entre a população local da Região do Vale do Mazomba, no Estado do RJ, sob a perspectiva da Economia Solidária. Seus valores éticos são centrados na valorização do ser humano. A interação se faz a partir da cooperação, do respeito consciente ao meio ambiente, do comércio justo e da igualdade. Nossa equipe de criação vai de jovens criativos a idosas capacitadas e atuantes no mercado.

O Instituto Mazomba tem como base alguns dos principais pilares da formação social: Cultura, Esporte e Agroecologia. Sua trajetória já ergueu uma série de benefícios ao crescimento local.

Cultura - Fortalecendo a rede de artesãs e artesãos da região, o Instituto busca capacitar a nova geração de artistas empreendedores e ampliar a exposição dos trabalhos locais. Outro importante foco está no desenvolvimento de projetos culturais, através de editais patrocinados, que viabilizam a expansão do potencial artístico da região e estimulam o interesse da população pela cultura.

Esporte – A Escolinha de Futebol, que recebe de crianças a jovens, conta com um professor graduado em educação física, além de um experiente técnico de futebol, lendário na memória de Itaguaí. Os treinos acontecem duas vezes por semana, na sede do Instituto, e envolvem comprometimento com a saúde e com o esporte, assim como desenvolvem as relações interpessoais na comunidade. Mensalmente, são realizados passeios extracurriculares repletos de oficinas e atividades culturais. Muita música, dança, arte circense, teatro e grafite acompanhados de boa culinária.

Agroecologia – O Instituto Mazomba se preocupa em organizar e manter a agricultura familiar de forma orgânica e sustentável. O coletivo de mulheres agricultoras do Vale do Mazomba surgiu a partir dos encontros dessas produtoras autônomas nas feiras orgânicas semanais que, em parceria com o Instituto, ampliam o alcance de seus produtos in natura e processados e mantêm-se em constante capacitação e aprimoramento através dos cursos e oficinas oferecidas, rodas de debates, conversas e consultorias.