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Idosa de 88 anos presa há 10 dias no Complexo de Gericinó tem formação superior

Therezinha Moraes é acusada de manter em cárcere privado e condições análogas à escravidão dona de casa de 75 anos

Por Cláudia Freitas em 23/04/2021 às 07:02:49

Diploma de Ciências Contábeis, pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, da aposentada Therezinha da Silva Moraes, de 88 anos, detida há 10 dias em uma cela comum do Complexo Penitenciá

Novo capítulo do caso envolvendo a idosa que supostamente estaria sendo mantida em cárcere privado em uma residência de Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar de estar detida há 10 dias em uma cela comum do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, a aposentada Therezinha da Silva Moraes, de 88 anos, tem formação superior em Ciências Contábeis, pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro. O documento foi encontrado na casa da idosa na tarde desta quinta-feira (22/4) e encaminhado pelos advogados de defesa à Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJRJ).

Therezinha é acusada de manter em cárcere e redução à condição análoga à escravidão a dona de casa Maria das Graças de Sousa Rodrigues, de 75 anos, além de maus tratos a animais. A Web TV Eu, Rio! revelou com exclusividade que, após a prisão da aposentada, os vizinhos, parentes e a própria vítima afirmaram que as duas senhoras são amigas e negam a versão de crime.

O episódio aconteceu no dia 12 de abril. A Polícia Civil esteve no imóvel e as duas idosas foram conduzidas à delegacia da área. Na casa ficaram mais de 50 cães que, segundo os vizinhos, eram resgatados da rua pelas duas mulheres.

Veja:

https://eurio.com.br/video/88/carcere-privado-polemica-no-resgate-de-idosa-em-guaratiba.html

https://eurio.com.br/video/89/carcere-privado-idosa-confirma-que-e-amiga-da-acusada-de-88-anos-que-segue-em-presidio.html

Além do diploma, foram encontrados na residência o convite de formatura da idosa, com data de 1978, e uma carteira de identificação de protetora de animais, emitida pela Prefeitura do Rio. Com a descoberta dos novos documentos, os advogados da acusada entraram com novo pedido de liberdade e o recurso deve ser avaliado pelo TJ na manhã de hoje, sexta-feira (23). Na semana passada, a juíza Raquel Assad da Cunha, da 14ª Vara Criminal, negou o pedido de liberdade provisória para Therezinha. Em sua decisão, a magistrada destacou que a acusada apresentava boa aparência, se mostrou lúcida e não manifestou preocupação com a vítima durante a audiência de custódia, que foi realizada um dia após a prisão.

Em um vídeo que a Web TV Eu, Rio! teve acesso, Maria das Graças nega que estivesse sofrendo privação de liberdade e afirma que Therezinha é sua amiga de muitos anos. “É mentira [a acusação de cárcere privado], ela nunca me prendeu de nada [se referindo à Therezinha]”, afirma a idosa na gravação. O delegado responsável pelo caso, Antônio Ricardo Lima Nunes, também enquadrou Therezinha por maus tratos a animais. Renata Pietro, presidente da ONG que está cuidando dos bichos desde a prisão da proprietária do imóvel, afirma que os cães não sofreram nenhum tipo de agressão direta.

A reportagem do Portal Eu, Rio! conversou com uma fonte que está acompanhando o caso. Ela contou que teve acesso a um testamento em que dona Therezinha deixa todos os seus bens para a dona Maria das Graças. A mesma fonte também revelou que soube, por parentes e vizinhos das idosas, que elas são amigas há muitos anos e compartilhavam de uma condição de vida bem precária. Ainda de acordo com essa fonte, a detenta de 88 anos toma remédios controlados, está fazendo uso de fraldas na prisão e na última terça-feira (20), teria passado mal na prisão e socorrida no hospital penitenciário.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou inquérito civil para apurar as denúncias e averiguar se realmente havia uma relação de trabalho entre as idosas. Na Câmara Municipal do Rio, o vereador Luiz Carlos Ramos Filho tomou conhecimento do caso e disponibilizou o seu corpo jurídico para ajudar a elucidar os fatos, que ele considera graves e delicados, por envolver pessoas com idades avançadas.

Os cães que foram novamente abandonados, desta vez no imóvel, estão sendo cuidados pelos voluntários da ONG GARRA Animal e serão colocados em breve para adoção. Os interessados em ajudar nos cuidados aos bichos e na adoção, basta entrar em contato pelos canais:

http://vaka.me/1999908

Telefone (21) 98024-1232

www.garranimal.com.br

facebook.com/garranimalrj

E-mail: [email protected]


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