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Jovens participam de aulas de percussão e confecção de instrumentos no Morro dos Macacos

Ideia é deixar como legado a Orquestra Viva Percussão, que terá atividades frequentes na comunidade

Por Portal Eu, Rio! em 29/04/2021 às 07:25:40

Foto: Divulgação

Um grupo de 15 jovens da ONG Dom Pixote, que há 35 anos atende o Morro dos Macacos, está participando de aulas de percussão e confecção de instrumentos musicais com sucata com os músicos do Festival Viva Percussão. A iniciativa, conduzida pelo músico Marcelo Amaro, é uma contrapartida do festival exibido em fevereiro, contemplado com o Prêmio Fomento a Todas às Artes através da Prefeitura do Rio com a Lei Federal Emergencial Aldir Blanc. A ideia é deixar como legado a Orquestra Viva Percussão, que terá atividades frequentes na comunidade.

“O projeto ministrará duas oficinas de confecção de instrumentos musicais étnicos e apresentações. Queremos potencializar talentos da favela e transformar esses jovens em multiplicadores nas atividades culturais e educativas realizadas junto a ONG Dom Pixote”, explica o percussionista, cantor, compositor, educador musical e produtor Marcelo Amaro.

Por conta da pandemia, as aulas serão cercadas de cuidados e terão número restrito de participantes. Nesta fase do projeto, apenas 15 jovens participam.

“A cultura é mágica: não vê cor, não vê dinheiro... é o canto, a dança, a música unindo as pessoas. Neste momento tão difícil que estamos passando e em que a classe média perdeu muito de sua renda, a oficina é uma possibilidade de desenvolver musicalidades... mas pra mim, que estou há tanto tempo trabalhando com populações vulneráveis, vejo que é um ótimo momento para atuar nessa interação entre os jovens da favela e do asfalto, para que redescubram novo valores”, conta uma das fundadoras da ONG Dom Pixote, Zilah Vieira Meirelles.


Foto: Divulgação

Aulas serão hibridas, com momentos presenciais e em vídeo. Joás Santos é um dos artistas que estará ao lado dos pequenos para mostrar a confecção de instrumentos. Nascido em Recife (PE), Joás é músico, pesquisador de tambores e instrumentos africanos, luthier e criador de instrumentos e ministra aulas de djembê, tama, kallimba entre outros. É antigo parceiro de trabalho de Marcelo Amaro. Já participou de várias edições do Festival Viva Percussão, que reúne anualmente percussionistas de todo o país em uma festa de confraternização e troca de experiências.

Educador em escolas, ONGs e pontos de cultura desde 2003, Joás é o fundador do grupo de estudos Fankany, em Olinda (PE) e especialista em reaproveitar materiais como PVC, placas de raio-X, garrafas pet, madeira, latas, entre outros objetos para criar instrumentos.

“O objetivo é despertar a arte que há neles. Eu era um garoto que, como eles, queria ter um instrumento, fazer música, mas não tinha acesso e nem dinheiro para comprar. Eu uso esse meu exemplo para mostrar a eles que é possível viver de arte”, explica Joás. “Vamos ensinar também sobre ecologia. Mostrar como fazer instrumentos com coisas que tem em casa, como transformar lixo em arte. Acredito que a gente vai ter um resultado muito bom”, comemora.


Foto: Divulgação

José Alfredo, mais conhecido na comunidade como Vavau, é o responsável por trazer os jovens do Morro dos Macacos para as aulas. Antigo parceiro de trabalho da ONG Dom Pixote, ele explica o quanto o projeto é importante:

“Vai ser muito importante para todos nós essa iniciativa, tanto o som como o fabrico de instrumentos. Nossa comunidade ficou muito órfão de referências. O Mestre Trambique fazia muito bem esse trabalho de musicalização, mas os jovens de hoje em dia pouco se ocupam com essa arte e em aprender. Crescemos com o som e o batuque e gostaríamos muito que a nossa comunidade não perdesse essa veia sonora que é característica do nosso morro, em Vila Isabel”, afirma.


Foto: Divulgação

Sobre o Viva Percussão

O Festival Viva Percussão foi criado e realizado pelo percussionista, cantor, compositor e educador musical Marcelo Amaro, em 16 de outubro de 2018. O nome foi inspirado na faixa-título do 2° EP autoral do próprio Marcelo Amaro, "Viva a Percussão". O projeto tem a missão de reforçar e celebrar a significativa importância do percussionista brasileiro.

A criação do Festival é inspirada em eventos emblemáticos, como o Montreux Jazz Festival e o PercPan. Um dos objetivos é traçar diálogos percussivos a partir do Samba, célula rítmica da música brasileira, e suas origens. Entre elas, a Cabula, o Semba, e o Jongo, além de ritmos musicais emblemáticos de norte a sul do País, como o Maracatu, Tambor de Crioula, Chula Raiada, Carimbó, Coco, Moçambique e o Bumba meu boi. O projeto vai além do Festival e tem como meta fomentar, difundir, propagar os fundamentos e valores da percussão brasileira na música e na sociedade em que vivemos.


Foto: Divulgação

Sobre Marcelo Amaro

O cantor e compositor Marcelo Amaro é sambista por vocação e desde os tempos de guri batucava em latas e panelas. Com dois álbuns, três singles e um DVD lançados o músico sempre manifestou sua gratidão e amor aos grandes símbolos da cultura afro-brasileira como Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata), a Rainha Quelé Clementina de Jesus, ao samba urbano e suas origens – Jongo, Samba de Roda e Ijexá.

Em maio de 2019, Marcelo Amaro gravou seu primeiro DVD solo com uma dezena de convidados especiais, no Beco do Rato, na cidade do Rio de Janeiro. O trabalho intitulado ‘Marcelo Amaro Ao Vivo no Beco do Rato’ foi lançado em dezembro do mesmo ano nas principais plataformas digitais e em registro audiovisual no YouTube.

Sobre o Instituto Dom Pixote

Criado em 1998 em Vila Isabel, o Instituto Dom Pixote atua em vários estados do Brasil, mas tem 80% de seus projetos destinados à população do bairro carioca de Vila Isabel e arredores. Trabalhando em conjunto com a Prefeitura do Rio e a Uerj, que implantou no bairro propostas de ação social e programas de esporte e lazer como as Academias da Terceira Idade.

O Dom Pixote nasceu como um projeto de extensão universitária idealizado pela assistente social Zilah Vieira Meirelles dentro do Morro dos Macacos e, dali, firmou-se como uma instituição, a pedido dos moradores e lideranças locais. As ações sociais sempre foram voltadas para o atendimento a crianças, jovens e idosos nas áreas de esporte, lazer e cultura, tanto com o apoio público quanto de instituições internacionais.




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