O presidente Jair Bolsonaro foi ao aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (5), para receber o motorista Robson Nascimento de Oliveira, que ficou mais de dois anos preso na Rússia após ingressar no país com um medicamento proibido. O retorno do motorista foi anunciado pelo presidente no fim de semana.
Oliveira trabalhava para o jogador Fernando, na época integrante do Spartak Moscou, atualmente jogador do Beijing Guoan, da China. Ele foi preso no dia 17 de março de 2019 ao entrar na Rússia com caixas do medicamento Mytedon (cloridrato de metadona). O remédio é usado no alívio da dor aguda e crônica intensa e é legalizado no Brasil, mas proibido no país estrangeiro. A defesa do motorista sempre alegou que os remédios seriam para o sogro de Fernando, William Pereira de Faria. A história teve grande repercussão nas redes sociais, e a informação sobre o medicamento não chegou a ser confirmada pelo jogador de futebol e os seus familiares ao governo russo.
Essa semana, o presidente russo Vladimir Putin assinou o indulto de Robson, confirmando o perdão da condenação que ele recebeu da Justiça da Rússia, e ele finalmente pôde sair da prisão em Moscou.
Em conversa com a imprensa no saguão do aeroporto, ao lado de Robson e familiares que foram recebê-lo, Bolsonaro disse que ficou sabendo do caso em meados do ano passado e, desde então, desencadeou esforços diplomáticos para tentar trazer o motorista de volta ao país, incluindo um telefonema dele próprio ao presidente russo. Ele elogiou o trabalho do Itamaraty e agradeceu Putin pela decisão.
"Faríamos isso com qualquer brasileiro em situação semelhante. Liberdade para nós não tem preço. E publicamente agradeço o presidente Putin e seu governo por ter assinado esse indulto, que é muito marcante para o povo brasileiro", afirmou.
O presidente disse também que Robson será contratado para trabalhar como motorista do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), amigo pessoal e um de seus mais fiéis aliados no Congresso.