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Pacheco abre Senado à visita de embaixador da China

Gesto de aliado ocorre 2 dias depois de Bolsonaro citar 'guerra biológica' e 'país que mais cresceu seu PIB'

Por Portal Eu, Rio! em 07/05/2021 às 19:22:53

Embaixador da China no Brasil, Yang Wamming foi convidado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a conhecer a casa, dois dias depois de Bolsonaro insinuar 'guerra biológica' Foto Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, divulgou nesta sexta-feira (7/5) um ofício enviado por ele ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Trata-se de um convite para o embaixador visitar o Senado, com o objetivo de fortalecer “a parceria estratégica global” entre os dois países. No documento, Pacheco afirma que o Senado entende que, diante do agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil, a parceria entre os dois países torna-se ainda mais importante e necessária.

O envio do documento à embaixada chinesa ocorre dois dias depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter insinuado que o coronavírus foi criado como parte de uma guerra química e bacteriológica. Questionado pela imprensa, Bolsonaro depois negou que estivesse fazendo referência à China. Bolsonaro sugeriu na quarta (5/5) que o país asiático teria se beneficiado economicamente da pandemia e afirmou que a Covid pode ter sido criada em laboratório – disseminada nas redes sociais, em grupos de apoiadores de políticos tese que não encontra respaldo em investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as possíveis origens do vírus.


"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano [que] ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?", disse o presidente em evento no Palácio do Planalto, em Brasília. "Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês." Nem precisava, ao menos para os mais atentos: no início do mês, o Fundo Monetário Internacional ampliou a projeção de crescimento para a China para 8,4% neste ano. No trimestre, economia chinesa registrou 18,3% de alta, o melhor resultado desde o início da pandemia. O FMI, de acordo com a cadeia CNN, apontou em seu documento que "medidas eficazes de contenção, uma resposta vigorosa ao investimento público e suporte de liquidez do banco central" facilitaram a recuperação do 'Tigre Asiático'.

A China fabrica o Ingrediente Farmacêutico Ativo das vacinas mais utilizadas no Brasil contra a Covid-19, a Oxford-AstraZeneca (licenciada pela Fiocruz) e a Coronavac (desenvolvida pelo conglomerado chinês Sinovac, o Laboratório do Exército da China e o Instituto Butantan). Os chineses são também os maiores parceiros comerciais do Brasil, com destaque para o agronegócio, a mineração e o petróleo. De quebra, são os principais fornecedores de insumos industriais e produtos acabados.

O fato ajuda a explicar o engajamento da ministra da Agricultura, Teresa Cristina (DEM-GO), e da presidente da Comissão das Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu, na melhoria das relações com o gigante oriental. Os atritos com Abreu foram a gota d'água para a demissão do então titular do Itamaraty, Ernesto Araújo. O ex-chanceler deporá na CPI da Pandemia, na condição de testemunha, pois interferiu em decisões como a demora na adesão ao consórcio Covax Facility, ainda assim com a cota mínima, o ataque à OMS em sintonia com Donald Trump, as críticas à posição da Índia de quebrar patentes para o combate ao Covid-19 e os frequentes ataques à China.

As semelhanças entre os países — como grandes populações e largas fronteiras — são destacadas no ofício de Pacheco. Pacheco lembra que os países também têm pontos de desafio comuns, como o combate à pobreza e a doenças e o enfrentamento do aquecimento global. Nesse sentido, destaca Pacheco, é preciso uma “maior convergência entre as nações”, além de uma “configuração internacional voltada para maior cooperação”.

O ofício também registra o “firme propósito” do Senado de ampliar a cooperação entre os dois países em áreas como ciência, tecnologia, comércio e investimento. Conforme o documento, esse esforço requer diálogo ainda mais intenso e aprimoramento constante da coordenação política e diplomática.

Desde que assumiu o comando do Senado, em um costura que vai da base governista ao PT, Pacheco vem procurando estabelecer um papel diplomático para a casa legislativa, tendo enviado, na semana da posse, ofício à vice-presidente Kamala Harris, pela lei americana quem preside o Senado, pedindo o envio ao Brasil de doses excedentes da vacina AstraZeneca/Oxford, ainda não aprovadas para uso em cidadãos dos Estados Unidos.


Fonte: Agência Senado

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