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Draco deflagra operação contra quadrilha de agiotagem

Criminosos movimentaram R$ 47 milhões em seis meses.

Por Mario Hugo Monken em 18/09/2018 às 20:49:06

Foram apreendidos armas, dinheiro, cheques, jóias e relógios. Foto: Divulgação/Draco

Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (DRACO) realizaram, nesta terça-feira (18), a operação "Black Keys" contra uma quadrilha que pratica agiotagem no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, uma empresa usada para lavar dinheiro dos crimes movimentou R$ 47 milhões em seis meses. Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos e duas pessoas foram presas em flagrante.

Em duas casas, no Recreio e Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, uma delas do principal investigado, foram apreendidas farta documentação que vão auxiliar na investigação. Na residência do principal investigado, foram apreendidos documentos e carros de luxo como um Ford Mustang, um Shelby Mustang, um Camaro amarelo, um BMW, um Toyota Hyllux, um Land Rover e um Hyundai Sonata.

Também foram encontradas cinco armas, R$ 500 mil em espécie, planilhas, cheques, notas promissórias, jóias e relógios, além de cinco armas de fogo - duas pistolas, dois revólveres e uma espingarda. Parte dessa quantia estava em uma empresa em Seropédica, na Baixada, usada para lavagem do dinheiro.

A quadrilha promove empréstimo de dinheiro a juros altos e "troca de cheques". O dinheiro obtido da extorsão das vítimas era "lavado" por pelo menos uma empresa, que fica em Seropédica, na Baixada Fluminense, especializada em venda de produtos veterinários e agropecuários. O espaço tinha ligação clandestina de energia, descoberta pela Light.

As investigações começaram após a denúncia de um empresário, proprietário de uma loja de veículos, que fez operações de "troca de cheques" com os investigados, ficando com uma dívida com o grupo de R$ 680 mil. Ele foi obrigado a entregar imóveis, dinheiro e veículos para o grupo, tudo avaliado pelos criminosos com valores inferiores ao valor de mercado.

De acordo com o empresário que foi vítima, no final do ano de 2016, sua loja, que fica em Campo Grande, foi invadida por integrantes do grupo, todos armados, levaram 23 chaves de veículos que estavam à venda, com o objetivo de constrangê-lo a pagar o valor imposto pelo grupo.

O grupo também é investigado por tomar bens e veículos de outras vítimas, inclusive as investigações apontam que a quadrilha abriu uma concessionária para a venda de automóveis extorquidos de quem devia aos criminosos.

O líder do grupo, que não teve o nome divulgado ainda, é proprietário de diversas empresas especializadas em venda de produtos veterinários e agropecuários. A DRACO diz que elas estão em nome de laranjas, que seriam funcionários das próprias empresas. O real proprietário figura como "procurador".

Informações obtidas através de análises a relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontaram que em algumas dessas empresas ocorreram transações com cheques emitidos por pessoas jurídicas de diferentes ramos, que não condizem com a atividade exercida pelas empresas investigadas.

Apenas uma das empresas investigadas movimentou valor superior a R$ 47 milhões, entre junho e novembro de 2015, o que indica a prática do crime de lavagem de dinheiro. A operação teve o apoio de fiscais da Secretaria de Fazenda (SeFaz), de agentes da Polícia Judiciária, da Força Nacional de Segurança Pública, da Inteligência da Secretaria de Segurança e de Técnicos da Light.



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