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Miliciano é indiciado por uma morte e denunciado por mais duas

Orlando de Curicica é investigado também por morte de Marielle

Por Cezar Faccioli em 18/09/2018 às 22:03:15

Reprodução Polícia Civíl

A 3ª Vara Criminal da Capital aceitou denúncia do Ministério Público estadual contra Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, e Charle Dicsonieia Pereira da Silva, pelo assassinato de André Luiz Barreto Serralho. O crime aconteceu em 1º de agosto de 2016, em Curicica, Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Em paralelo, também nesta terça-feira, o MPRJ denunciou Orlando de Curicica e outros dois comparsas por um duplo homicídio em Guapimirim, acontecido em fevereiro do ano passado.

Orlando teria sido acusado por uma testemunha mantida em sigilo pela Polícia Civil, por razões de segurança, de ter participado do planejamento da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista do mandato, Anderson Gomes, em 14 de março deste ano. Nas notas oficiais, desde o início das investigações, o comando da Secretaria de Segurança limita-se a repetir que não pode confirmar quaisquer pistas, pois o processo corre em segredo de Justiça. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o secretário de Segurança, Richard Braga Nunes, contudo, já admitiram publicamente o viés político do assassinato e a existência de indícios de participação de agentes do Estado no crime.

De acordo com a denúncia acolhida pela 3ª Vara Criminal da Capital, o assassinato de André Serralho teria motivo torpe, disputas internas na milícia, que cobra proteção e explora ilegalmente serviços de TV a cabo, venda de gás e jogos de azar, entre outras atividades.

Em seu despacho, o juiz Alexandre Abra hão Dias Teixeira, destacou que “o perfil violento, em especial destes denunciados, seus passados criminosos e a certeza de impunidade têm levado a prática desse tipo de conduta no nosso estado. Hoje, apenas para frisar, o Rio de Janeiro conta com inúmeras pessoas executadas em razão de confrontos promovidos por facções criminosas do tipo ‘milícia e/ou tráfico’”.

O magistrado também decretou a prisão preventiva de Orlando Curicica e de Charle Dickson, embora ambos já estejam presos, acusados de outros crimes.

Orlando e outros dois acusados de duplo homicídio em Guapimirim

Em paralelo, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) denunciou à 2ª Vara da Comarca de Guapimirim Orlando de Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica e outros dois acusados de pertencer a mílicias: Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, o Claudinho, e Alan de Moraes Nogueira. A denúncia é pelos homicídios de dois homens em fevereiro do ano passado: José Ricardo da Silva e Rodrigo Severo Gonçalves. O GAECO/MPRJ também requereu ao Juízo a conversão da prisão temporária dos acusados em prisão preventiva.

Depoimentos e em diligências investigatórias revelaram que as vítimas, Silva e Gonçalves, foram convidadas para um churrasco no sítio de Orlando, em Guapimirim. Ao chegaram ao local,foram mortos a tiros pelos denunciados. Logo depois, Orlando teria ordenado que os corpos fossem levados em um carro até Brás de Pina, na Zona Norte da capital. No local, os denunciados atearam fogo no veículo com os corpos dentro. A denúncia atribui as mortes dos dois à vingança. Os denunciados supunham que os dois, integrantes da mesma milícia, estariam traindo Orlando.

Orlando, Claudinho e Nogueira foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por motivo torpe), ocultação e destruição de cadáver. As penas previstas podem superar 20 anos de prisão.

No momento, Orlando de Curicica está detido no Presídio Federal de Mossoró (RN). Alan, por sua vez, cumpre prisão na Unidade Prisional de Acautelamento da PMERJ e Luis Claudio, o Claudinho,na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

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