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Jornalistas repercutem morte do ex-locutor Januário de Oliveira

Afastado da profissão desde fins dos anos 1990, criador de bordões da crônica esportiva sofreu uma parada cardíaca em hospital de Natal (RN)

Por Daniel Israel em 31/05/2021 às 18:27:43

Januário de Oliveira, à direita, com Sergio Du Bocage. Divulgação/TV Brasil.

A morte do ex-locutor esportivo de rádio e televisão, Januário de Oliveira, aos 81 anos. Gaúcho de Alegrete, ele deixa órfão um País inteiro, a começar por seus colegas de profissão.

Luiz Penido lamentou a perda e recordou de acompanhar as transmissões de Oliveira ainda antes de trabalhar na imprensa.

"Foi uma figura marcante na crônica como brilhante locutor, dono de uma voz extraordinária e que vibrava muito", destaca o 'Garotão da Galera'. "Era um criador, assim como Waldir Amaral, apelidou vários jogadores e usava trechos de música ('Tá lá um corpo estendido no chão'). Pegou expressões que o ‘Apolinho’ usava como repórter, “tá fazendo o carreto”; o carreto era o transporte do jogador na maca. Tinha um linguajar muito próprio pra época dele".

Na opinião de Penido, o grande momento na carreira do radialista foi quando trabalhou pela primeira vez em televisão. Na TVE do Rio de Janeiro (atualmente, TV Brasil) de 1984 a 1989, Januário de Oliveira apresentou mesa-redonda e narrou as reprises de jogos transmitidos aos domingos.

Sérgio Du Bocage ingressou na emissora no mesmo ano que Oliveira, e o tempo os fez ter muito mais do que a profissão em comum.

"Foi quando eu o conheci. Quase 40 anos de amizade, então não é simples. Ele se mudou pra Goiânia, depois foi morar em Natal e lá eu o reencontrei em 2016 ou 2017 quando fiz um jogo pela Série C", diz ele, que concorda com Penido e destaca também a passagem do locutor pela TV Bandeirantes. "Em 2019, foi a última vez que eu o vi. Era um amigo, só que estava distante. Marcou muito a minha profissão por conta de uma época em que os jogos transmitidos por videoteipe eram a única alternativa para quem queria ver o jogo na televisão. Até hoje, as pessoas se lembram dos VTs da TV Brasil".

Washington Rodrigues, que há 22 anos comanda o "Show do Apolinho" na Super Rádio Tupi, enfatiza o profissionalismo do colega.

"O Januário narrava com precisão ao mesmo tempo que tinha o lado jocoso que tornava as transmissões muito mais leves e agradáveis".

Durante a carreira, Oliveira, que trabalhou entre 1952 e 1998, agregou alegria, espontaneidade e bordões às transmissões das partidas de futebol. Outros dos mais conhecidos são "Taí o que você queria", "É disso que o povo gosta", "Cruel, muito cruel".

Vinte e três anos atrás, Januário de Oliveira, que era diabético, ficou completamente cego e se viu na necessidade de abandonar a carreira. Ele estava internado em um hospital particular de Natal (RN), tratando de uma pneumonia, e não resistiu a uma parada cardíaca na tarde desta segunda-feira (31).

Por Daniel Israel
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