Esperança de dias melhores. É assim que Eliane Corrêa da Silva, de 41 anos, moradora de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, define o SuperaRJ, programa do Governo do Estado para o enfrentamento à pobreza lançado nesta quarta-feira (2) pelo governador Cláudio Castro. Ela trabalhava em uma creche, mas perdeu o emprego logo no início da pandemia. Mãe de dois adolescentes, ficou sem renda e sem chão. Agora, com o benefício, passou a enxergar a possibilidade de retomar a sua vida.
- Depois de perder meu emprego por causa da pandemia, começou um período muito complicado para mim, muitas vezes com dificuldades até mesmo para me alimentar. Tenho dois filhos adolescentes que ainda estudam, as contas começaram a chegar, e eu sem ter como pagar. Comecei a fazer unha e cabelo para ter alguma renda, mas não é suficiente. Às vezes tenho trabalho, às vezes não. Hoje em dia, está difícil arrumar qualquer emprego. Assim como eu, muitas pessoas estão passando por isso – ressaltou.
Eliane lembra que sua maior preocupação durante esse período foi conseguir garantir a alimentação de sua família.
- A questão da alimentação, de não ter dinheiro para comprar a comida, foi o que mais me deixou desesperada. Porque as contas você pode deixar para depois, mas o alimento não tem como. Me sinto muito triste. A gente não quer que falte nada para os nossos filhos. Muitas vezes tive que pedir ajuda da minha mãe, que também passa por dificuldades. O SuperaRJ vai ajudar a retomar a minha vida, botar o alimento na mesa, não deixar faltar nada para os meus filhos. Vou poder voltar a fazer as compras com mais tranquilidade – disse.
Eliane: dificuldades. Foto: Divulgação Governo do Rio
Um longo período de dificuldades e desespero também chegou à casa de Jackeline Marcelo de Oliveira da Silva, 37 anos, em Nilópolis. Ela e o marido perderam logo no início da pandemia. Desde então, o casal, que tem uma filha de 15 anos, está sem uma fonte de renda fixa. Para ela, o SuperaRJ representará a chance para a família ter novas perspectivas, após meses de muito sofrimento.
- Desde abril de 2020, estou desempregada e meu marido também. Eu trabalhava como vendedora. Agora, estou fazendo salgados para vender, me virando como posso. No mês passado a nossa luz foi cortada. Alimentação, a gente tem hoje e não sabe se tem amanhã. Não tem muito o que fazer porque a gente não consegue emprego. O SuperaRJ chega na hora em que mais precisamos para colocar as contas em dia, fazer compras, restabelecer a internet para os estudos da minha filha. Esse auxílio vai ser fundamental para a gente se manter nesse período – enfatizou.
Com duas filhas, de 2 e 8 anos, Janaíra Monteiro, de 26, perdeu o emprego de auxiliar de creche em abril do ano passado e passou a trabalhar como camelô. Moradora do Morro do Salgueiro, na Tijuca, ela conta com a ajuda da mãe, que também passa por dificuldades.
- Minha mãe também trabalha de camelô e me ajuda como pode. A comida está cara, e é muito ruim não poder comprar um iogurte e um biscoito para as crianças. O SuperaRJ vem trazer uma luz no fim do túnel. O auxílio vai nos ajudar muito para as nossas necessidades básicas – afirmou.
O programa
O SuperaRJ vai beneficiar mais de 355 mil famílias, cerca de 1,4 milhão de pessoas que vivem na pobreza e extrema pobreza e que perderam os empregos durante a pandemia da Covid-19. Nessa primeira etapa, 42.569 famílias já começam a receber, no próximo sábado (05/06), o auxílio emergencial de R$ 200, com acréscimo de R$ 50 para cada filho, limitado a dois menores.
Os beneficiados podem realizar cadastros no site
www.superarj.rj.gov.br para receber, por mensagem de celular, as datas e os locais para a retirada dos cartões. O governo também lançou um Call Center para que os contemplados possam tirar dúvidas 0800 071 7474.