Maio chega ao fim marcado pela maior chacina durante operação policial da história do Rio de Janeiro. Apesar da operação no Jacarezinho, que terminou com 28 mortos e cinco feridos no dia 6, o mês foi um dos meses menos violentos do ano de 2021. Em maio houve 471 tiroteios, ficando atrás apenas de janeiro, que teve 426 tiroteios, e fevereiro, com 381 registros.
Mas contrariando a impressão que essa aparente tranquilidade nos dados pode trazer, 79% dos baleados este mês foram atingidos em ações com a presença de agentes de segurança. A alta porcentagem não é exceção. Os números são similares aos de janeiro (68%), fevereiro (77%), março (80%) e abril (80%) tiveram participação semelhante.
Em 54% dos tiroteios que ocorreram em maio e que tiveram a participação de alguma unidade policial, houve vítimas. Parte dessas vítimas foram atingidas mesmo sem estarem envolvidas diretamente nesses tiroteios. Os tiroteios com a presença de alguma força de segurança, resultaram em seis das 12 vítimas de bala perdida; em oito dos 13 baleados dentro de casa; e em quatro das cinco chacinas que acabaram em 36 dos 41 mortos nesses eventos.
De acordo com Maria Isabel Couto, Doutora em sociologia pelo IESP da UERJ e Diretora de Programas do Instituto Fogo Cruzado, “a situação reflete o equívoco das políticas de segurança pública do Rio de Janeiro, que em nome do combate à violência, deveriam ser pautadas pela preservação da vida, mas acabam sendo um dos principais motivos de mortes violentas no estado do Rio de Janeiro. Esses dados exemplificam ainda a importância do julgamento que acontece no STF. É um momento histórico para que sejam feitas políticas de redução da letalidade policial”.
Veja o relatório completo do mês de maio aqui.