O prefeito do Rio, Eduardo Paes, participou nesta sexta-feira (04) do lançamento da primeira torre residencial do Porto Maravilha, realizado no stand de vendas, já em funcionamento. O empreendimento Rio Wonder Residences, no Santo Cristo, marca o retorno de investimentos do mercado imobiliário na região portuária com a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) após seis anos. Serão 470 unidades na primeira fase de construção e, na sequência, mais duas fases totalizando três torres de vinte andares e 1.224 apartamentos.
Em seu pronunciamento, Paes disse que esta sexta-feira é um dos dias mais importantes da cidade e classificou como um sucesso o projeto de revitalização da Zona Portuária.
Paes classificou como um sucesso o projeto de revitalização da Zona Portuária. Foto: Beth Santos/Prefeitura
Para o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Gustavo Guerrante, isso ilustra bem o momento do mercado, com a taxa de juros baixa e a oferta de terrenos em local privilegiado. O Rio Wonder fica na Praça Marechal Hermes, esquina com a Via D1.
– O momento é propício para investimento em imóveis. O Porto Maravilha oferece uma série de terrenos em área com infraestrutura de primeira e mobilidade urbana renovada com o VLT. Além, claro, de ser um atrativo por seus equipamentos culturais e áreas de lazer bem ao lado do centro econômico da cidade – comemorou.
O vice-presidente comercial da Cury Construtora, Leonardo Mesquita, reforçou que a empresa chega ao Porto confiando no sucesso do negócio e com previsão de fincar o nome da construtora como uma das principais investidoras da operação urbana.
– O Rio Wonder é um lançamento muito sonhado. Batalhamos para conseguir desenvolver a oportunidade do primeiro empreendimento residencial para o Porto Maravilha. Ao trazer moradores para uma região onde existiam apenas prédios comerciais, carregamos uma nova bandeira, mostrando que a Zona Portuária do Rio é o novo vetor de crescimento e desenvolvimento da cidade – afirmou Mesquita.
As obras do Porto Maravilha hoje estão com 87,77% de sua execução total – o que inclui grandes intervenções como a demolição do Elevado da Perimetral, construção dos túneis subterrâneos, da Orla Conde e do Museu do Amanhã. Além disso, a revitalização inclui ampliação das redes de infraestrutura que, ao alcançar 100%, eleva a capacidade de comportar até 400 mil pessoas morando no porto.
O Fundo de Investimentos Imobiliários Porto Maravilha (FIIPM), administrado pela Caixa, comprou todos os Cepacs em leilão de lote único em 2010. A partir daí, quem negocia com o mercado é o FIIPM que, por contrato, fica responsável por repassar a verba para pagar a Operação Urbana Porto Maravilha. O fundo não vendia Cepacs desde abril de 2015 até fechar negócio com a Cury. Ao todo são mais de 23 mil certificados envolvidos na operação para construção das três torres do Rio Wonder divididos em dois lotes.
Cepac é a sigla para descrever Certificados de Potencial Adicional de Construção, títulos usados para financiar Operações Urbanas Consorciadas que recuperam áreas degradadas em cidades.
Potencial de construção é a quantidade de metros quadrados que se pode construir em determinado terreno, representada na quantidade de andares, na altura do prédio e na metragem. A Lei que cria a Operação Urbana Porto Maravilha define um aumento do potencial de construção, que varia em função do setor (no máximo 150m). Para utilizar o Potencial Adicional de Construção, os interessados devem comprar Cepacs.
O dinheiro da venda dos Cepacs paga as obras e os serviços da Operação Urbana Porto Maravilha nos 5 milhões de m².
A quantidade de Cepacs de cada empreendimento varia com a localização do projeto e o tipo de utilização. Para imóveis residenciais são necessários menos Cepacs do que para não-residenciais (comerciais). Em determinadas áreas, a diferença pode variar em até 50% na quantidade. Com isso, há o estímulo a uma ocupação mista e ao aumento do número de moradores.