Lotados no 17º BPM (Ilha do Governador), policiais que estariam de folga neste sábado, dia 22 de setembro, foram escalados para um serviço extra. Mas não é para reprimir o tráfico de drogas, reforçar a segurança ou realizar patrulhamento ostensivo para diminuir o índice de roubos na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Os PMs vão apoiar a colônia de pescadores Z-10 na limpeza do manguezal existente na Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana do Jequiá.
Para isso, terão que se apresentar às 8h30 no batalhão - que fica a 2,1km de distância da APA -, usando o uniforme de Educação Física da corporação e equipamentos pessoais como botas, máscara e luvas.
"Eles escalaram policiais militares para trabalhar em um mutirão de limpeza. E na folga. Se fosse em um caso de urgência ou emergência, entenderíamos a necessidade deles serem acionados. Mas não há explicação e nem justificativa para isso. Como se fosse justo um policial perder seu descanso para limpar um manguezal", criticou um PM ao saber do caso.
Questionada sobre a denúncia feita pelos policiais militares, a corporação respondeu que a limpeza da Área de Proteção Ambiental do Jequiá foi uma ação social, um mutirão da Prefeitura em parceria com vários órgãos, colônia de pescadores e a PMERJ, contando com a participação de alunos de escolas públicas municipais visando à educação e preservação ambiental.
Ainda segundo a corporação, o comando do 17ºBPM enviou uma comissão representativa para o local e alegou que além do valor educativo, a ação é benéfica diretamente à própria unidade e seu efetivo, afirmando que no período de chuvas diversos veículos de policiais e o próprio batalhão ficam inundados devido à cheia naquela área.
Questionada sobre o motivo dos PMs terem sido escalados em seu dia de folga e orientados a comparecer usando luvas, botas e máscara, além do uniforme de Educação Física, a corporação não respondeu.