O deputado federal Marcelo Freixo anunciou na manhã desta sexta-feira (11) sua desfiliação do PSOL (onde estava desde 2005), egresso do PT e pelo qual se elegeu deputado estadual pela primeira vez em 2006. Ele vai se filiar ao PSB, legenda pelo qual vai disputar o governo do estado em 2022, visando a formação de uma ampla aliança. Nos últimos dias já circulavam rumores de que ele trocaria de sigla. Ontem (10), o deputado federal reuniu-se com Lula e lideranças de esquerda num hotel de Copacabana. Em pauta, alianças para a eleição de 2022.
Freixo divulgou nota falando sobre a sua decisão:
“Ingressei no PSOL em 2005, antes de me eleger deputado estadual pela primeira vez. De lá para cá, compartilhamos uma bela história e colocamos o partido no centro da luta pela democracia brasileira. Juntos fizemos as CPIs das Milícias, do Tráfico de Armas e Munições e dos Autos de Resistência; enfrentamos com coragem os governos Sergio Cabral e Pezão; colocamos a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa a serviço dos esquecidos pelo poder público; disputamos a prefeitura do Rio de Janeiro numa linda campanha que encantou nossa cidade e fomos ao front contra o governo Bolsonaro. Mais do que companheiros de luta, as pessoas com quem construí o PSOL são amigos com quem divido projetos de vida.
Hoje, encerro esse ciclo com a certeza de que apesar de não estarmos juntos daqui para a frente no mesmo partido seguiremos na mesma trincheira de defesa da vida, da democracia e dos direitos do povo brasileiro. Essa decisão foi longamente amadurecida e tomada após muito diálogo com dirigentes nacionais e estaduais do partido, a quem agradeço pelas reflexões fraternas que compartilhamos nesse processo.
Os graves retrocessos institucionais e humanos provocados por Bolsonaro em apenas dois anos de governo impõem novos desafios à democracia e à atuação do campo progressista. É urgente a ampliação do diálogo e a construção de uma ampla aliança com todas as forças políticas dispostas a somar esforços na luta contra o bolsonarismo. É hora de colocarmos as nossas divergências em segundo plano para resgatarmos o nosso país do caos e protegermos a vida dos brasileiros. As eleições de 2022 serão um plebiscito nacional sobre se a Constituição de 1988 ainda valerá no Brasil, por isso nós democratas não temos o direito de errar: do outro lado está a barbárie da fome, da morte e da devastação.
Seguirei nessa caminhada, me dedicando à construção de pontes, reafirmando o valor do diálogo e o papel da política como meio de resolvermos de forma pacífica os problemas do nosso país. O nosso dever histórico é derrotar Bolsonaro nas urnas e o bolsonarismo enquanto projeto de sociedade. E sei que o PSOL e eu estaremos do mesmo lado para cumprir com essa tarefa”.
A data da filiação ao PSB ainda não foi definida, mas será este mês, segundo a assessoria.
“O embate no RJ é com o crime organizado que está entranhado nas instituições e na política. É um projeto de poder miliciano, violento e autoritário que foi nacionalizado por Bolsonaro, que está matando os brasileiros e devastando o país”, afirma Freixo.
Alessandro Molon (PSB), André Ceciliano (PT), Lula (PT), Gleisi Hoffman (PT), Marcelo Freixo (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB): aliança à vista. Foto: Rede Social
O deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), que atuou junto com Freixo na Alerj, em diversas pautas, elogiou a decisão do colega. “Nossas confluentes visões de mundo e nossas lutas nos aproximaram muito. Na Alerj, na legislatura passada, travamos juntos duros embates e celebramos juntos vitórias importantes. Sorte e sucesso em seu novo ciclo. Sua atuação política é uma importante referência para o campo democrático-popular e a luta contra o fascismo. Seguimos cada vez mais próximos”, disse o parlamentar.