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Estado determina volta ao trabalho de professores que se vacinaram apenas com a primeira dose

Fonte ouvida pela reportagem alega que medida inclui profissionais portadores de comorbidades

Por Anderson Madeira em 17/06/2021 às 17:30:21

Foto: Divulgação.

Mal assumiu a Secretaria de Estado de Educação, Alexandre Valle determinou que mesmo os professores que tomaram apenas a primeira dose da vacina devem retornar às aulas presenciais. No caso, os que fazem parte da chamada GLP (Gratificação por Lotação Prioritária), incluindo quem possui comorbidades. Para a categoria, a medida coloca em risco esses profissionais e quem mora com eles.

“Os professores que fazem as chamadas GLPs - mesmo com comorbidades, como é meu caso (tenho diabetes e hipertensão arterial), estão sendo obrigados a voltar mesmo sem ter tomado as duas doses de vacina. Caso o professor não volte, ele perde essa gratificação. Lembrando que os professores da rede estadual estão sem receber aumento ou as reposições salariais, ou seja, um salário vergonhoso. Sem falar que estamos nos colocando em risco e de quem mora com conosco. Um professor de 16 horas, hoje, ganha R$ 1.479,35, sem os descontos. Um professor não pode viver só com esse salário”, denuncia um docente que preferiu não se identificar, por temer represálias.

De acordo com ele, os professores com matrícula não são obrigados a voltar, permanecendo com as aulas online. GLPs são as gratificações pagas a professores que dão aulas fora da matrícula para suprir a falta de docentes em determinados horários.

Procurada, a Secretaria de Estado de Educação informou que os profissionais com comorbidades não são obrigados a retornar e cada um deve informar sua situação à escola. Além disso, segundo o órgão estadual, as unidades de ensino estão cumprindo com todos os protocolos de saúde.

A pasta divulgou nesta quinta-feira um levantamento indicando que 84% dos profissionais da rede estadual de ensino já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. A Secretaria estima que até o dia 1º de outubro, 99% dos profissionais terão sido imunizados com as duas doses. As cidades de Parati e Comendador Levy Gasparian já apresentam 100% dos profissionais vacinados, enquanto a capital do estado registra 93%.

A pesquisa foi feita a pedido de Valle, em sua primeira semana no cargo. “Quando cheguei na Secretaria, não sabia quantos profissionais haviam sido imunizados, em quais municípios estavam os maiores problemas. Como poderia traçar metas e estabelecer políticas de ensino, em meio à pandemia, sem esses dados?”, questionou.

O trabalho não especifica quantos dos profissionais de educação já receberam a segunda dose, mas mostra que a vacinação dos servidores se intensificou a partir de abril. No próximo mês, o número de imunizados com a segunda dose, portanto, deve aumentar, já que as vacinas produzidas por Astrazeneca e Pfizer obedecem a um intervalo de até 90 dias entre as aplicações. A Coronavac requer um intervalo de 30 dias.

Quando se fala em grupos de imunizados, 84% dos professores da rede estadual já receberam pelo menos uma dose, enquanto 83% dos profissionais de apoio foram vacinados. Quando se fala dos profissionais de setores administrativos, 82% já tiveram imunizantes aplicados.

Dentre os cinco municípios que mais vacinaram os profissionais da Educação estadual, completam o ranking Resende (97%), Iguaba Grande (96%) e Rio das Flores (96%).

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