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Pensadoras negras inspiram modelo social justo e igualitário

Coletânea “A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras” é organizada por Ana Carolina Lourenço e Anielle Franco, reunindo textos de Vilma Reis, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Benedita da Silva, Marielle Franco, Érica Malunguinho

Por Portal Eu, Rio! em 23/06/2021 às 14:34:12

Foto: Reprodução/Facebook (Mulheres Negras Decidem).

Refletir um modelo social baseado no pensamento e nas ideias de diferentes mulheres negras que, ao longo de décadas, inspiram um modelo político que aprofunde bases para a democracia e a igualdade social. Essa é a proposta do livro A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras, publicação produzida em parceria da Fundação Rosa Luxemburgo com Mulheres Negras Decidem e Instituto Marielle Franco, com edição da Oralituras, que traz uma coletânea de textos inéditos e não inéditos, que confirmam o protagonismo de mulheres negras não como vento novo no horizonte, mas sim uma tempestade que vem se formando nas narrativas da ancestralidade, no trabalho do dia a dia, nas celebrações, na dor de cada perda e nas lutas do cotidiano.

Com escritos de 17 autoras, de Andréa Lopes e Erica Malunguinho a Benedita da Silva e Luiza Bairros, passando por Juliana Marques, Vilma Reis e Marielle Franco, A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras é uma contribuição no processo de visibilização das respostas e soluções empreendidas pelas mulheres negras brasileiras frente ao atual contexto de crise social, política e econômica.

“A ideia de organizar este livro surgiu no primeiro semestre de 2020, em um momento em que o Brasil vivia o aprofundamento da sua crise social e política agravada pelos efeitos da pandemia da COVID-19, em meio à organização das eleições municipais. A publicação é uma coletânea de textos inéditos e não inéditos sobre a imaginação política das mulheres negras brasileiras nas últimas décadas. Acompanhamos escritos, entrevistas, projetos de leis e discursos de mulheres negras que dão as pistas do porquê de sua presença, na política, significar mudanças na qualidade da nossa democracia e sociedade. Mais do que uma sofisticada qualidade crítica, essas mulheres apontam caminhos, denunciam, propõem e efetivam”, explicam as organizadoras.

O livro se subdivide em duas partes: a primeira, Ecos do agora, abre com um texto da historiadora Gabrielle Abreu acerca da longeva e, ao mesmo tempo, breve história das mulheres negras na política institucional. A segunda parte do livro, Itinerário do fazer, é composta pela variedade de temas, formatos e proposições que marcaram a atuação das mulheres negras na política institucional desde a redemocratização. Assim, A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras oferece, ao mesmo tempo, o registro do que deve ser lembrado, a confirmação do que deve ser reivindicado, a celebração do que foi conquistado e o prenúncio do que está por vir.

Apesar dos avanços, segundo dados do IBGE e TSE, são 28,7% as mulheres autodeclaradas negras no Brasil, mas apenas 3% das que ocupam as prefeituras, 5% dentre as escolhidas para assembleias municipais legislativas na última eleição, 2% do Congresso Nacional e 1% na Câmara dos Deputados Federais.

A publicação foi lançada em evento virtual na última segunda-feira (21), no canal do YouTube da Fundação Rosa Luxemburgo e contou com as participações de Christiane Gomes (mediação), Anielle Franco e Ana Carolina Lourenço (organizadoras do livro) e Vilma Reis (uma das autoras do livro).

Para conhecer e fazer o download em PDF da publicação: https://url.gratis/QOM5C.

Fonte: Fundação Rosa Luxemburgo

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