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Cesar Oiticica Filho traz Lula, Marielle e outras figuras para o Museu de Arte Moderna

Exposição "Metaimagens" estreou neste sábado no MAM

Por Viviane Bôscoli em 23/09/2018 às 01:36:26

Foto: Divulgação

O Museu de Arte Moderna (MAM) estreou neste sábado (22), nos jardins e pilotis, três grandes instalações de Cesar Oiticica Filho que fazem parte da mostra "Metaimagens" e tem a curadoria de Fernando Cocchiarale. As instalações permanecerão até o próximo dia 30 de setembro e a exposição ficará em cartaz até 11 de novembro de 2018.

Nos pilotis estarão as obras "Caixa de Dança 1" e "Caixa de Dança 5.0". A primeira são faixas de tecido de Led, onde o público poderá se vestir e ter seus movimentos captados por uma câmera digital, sendo que as imagen serão enviadas posteriormente por email. Já a segunda obra é composta por quatro telas translúcidas dispostas como paredes de um cubo, com oito metros de face, em algodão muito fino, onde são projetadas imagens, vistas tanto do lado de fora como de dentro.

Nos jardins estará a obra "É tudo verdade", de Cesar e do artista Carlos Cirenza, que é um conjunto de velas de barco em lona com os rostos de figuras políticas brasileiras. O ex-presidente Lula, a vereadora do Rio de Janeiro assassinada Marielle Franco, além de personalidades históricas como Lampião, Dragão do Mar, Zumbi, Anastácia, Olga, Antônio Conselheiro, Jacaré e José Oiticica, avô de Cesar, estão todas pintadas com tinta vermelha 

A ideia da obra partiu do documentário "É tudo verdade" do cineasta Orson Welles, que em viagem ao Brasil no ano de 1942 quis mostrar questões que valorizavam o nosso país. O cineasta quis acrescentar no seu documentário o segmento "Four Men on a Raft", refazendo a viagem de um grupo de quatro jangadeiros que em 1941 saiu do Ceará em direção ao Rio de Janeiro para revelar explorações trabalhistas e requerer benefícios aos pescadores.  A viagem comandada por Jacaré durou 61 dias e chegando ao Rio de Janeiro, o grupo foi recebido por Getúlio Vargas que acolheu às reivindicações. Entretanto o projeto de refazer a mesma viagem dos jangadeiros para o documentário não foi concluída, em virtude de um acidente com a jangada em que os heróis estavam ter virado e o líder do grupo, Jacaré, ter desaparecido na Baía de Guanabara. Cesar relata que ainda sim "Orson Welles viajou para o litoral cearense para concluir seu segmento, com recursos próprios".

Oiticica ressalta que "a Baía de Guanabara é um lugar emblemático, tanto para os jangadeiros que lá chegaram, quanto de resistência e criação, onde nos anos 1960 artistas e o público marcaram a cultura como uma importante forma de luta contra regimes autoritários e a censura". Inclusive o artista planeja levar as velas para o Ceará e realizar uma regata com os jangadeiros locais, usando as velas em suas embarcações. Esse processo será gravado e feito um filme. Segundo o artista "É uma obra que continua, e seus desdobramentos também serão desconhecidos, e por sua natureza ser de continuidade eles mesmos apontarão a direção que essas jangadas irão navegar".

O MAM fica na Avenida Infante Dom Henrique, 85, no Aterro do Flamengo. O local funciona de terça a sexta, das 12 às 18 horas e aos sábados, domingos e feriados, de 11 às 18 horas. A entrada está R$ 14, sendo que estudantes maiores de 12 anos e maiores de 60 anos pagam R$ 7. Crianças até 12 anos e amigos do MAM não pagam. A exposição tem entrada gratuita toda quarta-feira. Mais informações pode ser obtidas pelo telefone 3883.5600.

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