Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) preveem para este ano 36.360 novos casos de câncer de cólon e reto, sendo 18.980 em mulheres e 17.380 em homens. O câncer colorretal é o segundo mais frequente nas mulheres (após mama) e o terceiro nos homens (após próstata e pulmão).
Para alertar e conscientizar a população sobre a prevenção da doença, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza pela terceira vez a campanha Setembro Verde.
A grande incidência de câncer colorretal (CCR) no Brasil é preocupante. Estudos divulgados recentemente mostram que este tipo de tumor tem aumentado entre pacientes jovens e menores de 55 anos devido ao aumento dos casos de obesidade e dieta pobre em frutas e verduras.
Como medida preventiva ao CCR, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) recomenda ingestão de fibras, frutas, verduras e peixes (duas a três vezes por semana). Também sugere o baixo consumo de gordura (principalmente as de origem animal, como carne vermelha e queijos), prática regular de exercícios físicos e evitar o tabagismo e a ingestão exagerada de álcool.
"O câncer colorretal está relacionado ao fator genético e aos fatores comportamentais, como alimentação gordurosa, carne vermelha, sedentarismo, obesidade e tabagismo. Além disso, um outro fator de risco é a idade, principalmente, a partir dos 45 anos", explica a médica proctologista Juliana Diniz.
Sintomas
Segundo a médica Juliana, os sintomas de câncer de intestino variam. "O paciente pode ter sangramento anal, perda de peso, alteração do hábito intestinal e dor abdominal". Juliana conta que os sinais de alerta independem da idade.
"A partir dos 50 anos, todo mundo deveria procurar um especialista para realizar exames de rastreio, como prevenção de câncer colorretal. Quem tem história familiar deveria fazer o exame de colonoscopia a partir dos 40 anos de idade ou antes, dependendo da avaliação médica. A importância da colonoscopia é identificar lesões pré-cancerosas (pólipos) e tratá-las, evitando a progressão para o câncer", conclui a doutora. E acrescenta que a contaminação anal pelo HPV (doença sexualmente transmissível causada pelo Papilomavírus humano) também é um fator de risco envolvido no câncer colorretal.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são esperados mais de 15 milhões de casos novos de câncer no mundo, em 2020. O câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, com 190 mil óbitos por ano, e o colorretal, configura entre os mais incidentes no Brasil e no mundo.
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) ressalta que a doença pode ser prevenida e evitada. O câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de se tornarem malignos. O exame de colonoscopia consiste na introdução de um tubo flexível acoplado a uma câmera para visualizar o intestino por dentro. E permite retirar pólipos que sejam eventualmente encontrados, pois os tumores malignos se originam a partir desses pólipos. Pessoas com casos de pólipos na família devem ficar alertas, assim como portadores de doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e Doença de Crohn).