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Bela iniciativa

Dia de corrida e solidariedade na Quinta da Boa Vista

Segunda etapa do Circuito Rio Antigo teve estreia de projeto Empresto Minhas Pernas


Projeto Empresto Minhas Pernas fez sua estreia no Circuito Rio Antigo (Divulgação)

Tradicional local de passeio da família nos dias de lazer, a Quinta da Boa Vista, na Zona Norte Rio recebeu a segunda etapa do Circuito Rio Antigo, prova de corrida de rua que visa também prestar homenagem para os locais históricos da capital fluminense.

O parque municipal, que abrigou a família real portuguesa e posteriormente a família imperial brasileira, recebeu cerca de cinco mil atletas, a maioria deles amadores, para a disputa das provas de 5 e de 10km em um trajeto que rompia os limites do parque e dava uma volta no Estádio do Maracanã. O palco do futebol mais famoso do planeta se viu envolvido por uma onda laranja, cor do uniforme que os atletas inscritos recebem junto do número de peito - uma cor bem diferente do que está acostumado a ver nos dias de jogos.

Além do laranja, era possível ver camisas de outras cores nos atletas que corriam por suas assessorias esportivas, dessas cores o amarelo florescente da equipe da Associação Beneficente Professores Públicos Ativos e Inativos (Appai). A "gigante das corridas", como é conhecida, dominou o pódio nas duas distâncias. Ela fez campeão e vice nos 5km masculino, com Welerson Nascimento e Paulo Machado dos Santos, que terminaram a prova com os tempos de 15min44 e 15min52, respectivamente. Josias Ribeiro, da Triatlhon para Todos, completou o pódio chegando quase um minuto depois, com 16min43. Já no feminino não foi possível fazer a dobradinha, mas a campeã pan-americana Márcia Narloch venceu com o tempo de 20min07, seguida por Jaqueline Fernandes, da Equipe Rocinha, com o tempo de 20min29. A outra atleta da Appai, Raimunda Alves, fechou o pódio com o tempo de 21min05.

Por causa de um problema com os batedores, motociclistas que abrem o espaço para os atletas, a categoria 10km masculino teve dois vencedores e dois segundos colocados. Rafael Viera, da Appai, e Ricardo Marinho, da Guarai, dividiram o primeiro lugar, enquanto Rodrigo de Menezes, da Só Pensa em Correr, e Victor da Silva, da Mundorun, compartilharam o segundo. Tiago Dantas, também da Só Pensa em Correr, completou o pódio. No feminino, Leoterio, da equipe Alternativa Runners, venceu com 40min39, seguida por Mariana Vieira, da equipe Marcio Puga, com 44min gravados, e Erica Santana, da CeA Trainning Club, com 44min15. 

"Um percurso ótimo para quem gosta de desafios, difícil porém muito bom. A Quinta da Boa Vista é o meu local de treino, clima agradável, não senti desconforto. Sobre meu desempenho, voltei hoje para as competições, tive uns problemas de saúde e precisei abrir mão de uma série de provas que estava inscrita, fiquei mais de um mês parada, mas foi um bom retorno e com pódio. Mesmo caindo o ritmo de prova com relação a antes da parada deu para correr bem", revelou a vencedora dos 10km.

Emprestando as pernas para quem não podia correr

Essa etapa do Circuito Rio Antigo também teve 12 atletas que se mostraram vencedores antes mesmo de cruzar a linha de chegada. Elas têm deficiências motoras que as impedem de sequer andar, mas através do Projeto Empresto Minhas Pernas puderam completar o percurso de 10km. Foram mais de 60 voluntários que se revezaram na condução das cadeiras especiais.

Criada em Santos, no litoral paulista, a iniciativa estreou no Rio justamente na Rio Antigo. O advogado Alan Santana foi um dos que puderam ser beneficiados com as "pernas emprestadas". "Show de bola, o evento em si é formidável, e quando você consegue fazer disso uma ferramenta para trazer inclusão, é o útil somado ao agradável. Essa garotada aqui tem uma limitação, e às vezes é isso: não consegue ser externado de uma forma que coloca ela junto com todo mundo. Fazer essa integração social é uma realização", afirmou ele, que é cadeirante há 13 anos, consequência de um acidente de moto. Algo que mudou sua vida, mas não o fez desistir, tanto que atualmente Alan é pós-graduado em Direito, casado e tem um filho de três anos.

Bem-humorado, ele brinca com a condição. "Minha primeira formação é de paraquedista militar e eu costumo brincar que lá no alto não acontece nada. Nossa estatística lá em cima é mínima, mas aqui embaixo a um metro de altitude às vezes ela é perversa", conta ele, que ainda costuma voar, mas agora no skydive.

Um dos voluntários para ajudar a levar os cadeirantes era o professor de Geografia e produtor de conteúdo para o Youtube, Carlos Eduardo Menezes. "Conheci o projeto Empresto Minhas Pernas pelas redes sociais, vi que estavam chegando no Rio de Janeiro e achei que poderia ser útil ajudando a divulgar. Na verdade, eu mal sabia que eles que me ajudariam a ser uma pessoa um pouquinho melhor. O projeto me conquistou e hoje tenho orgulho em dizer que sou Empresto Minhas Pernas", contou ele, que registrou tudo para o seu canal, CorreCadu. "Tivemos nossa primeira participação em corridas e foi sensacional, muita emoção do início ao fim. Maravilhoso ver a felicidade estampada no rosto de cada cadeirante e de cada voluntário. Convido a todos a viverem essa experiência pelo menos uma vez na vida", completou.

O idealizador do projeto, Stefan Klaus, resumiu a ideia do Empresto Minhas Pernas. "O que a gente quer é que as pessoas, com ou sem deficiências, idosos, crianças, famílias inteiras de pessoas carentes que às vezes não têm um lugar pra ir. É um projeto que utiliza esporte, lazer e cultura para que as pessoas socializem. Que a sementinha do amor e do bem possa se espalhar por todo o Brasil!".

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