O diretor de Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro, Jorge Bichara, disse, em Audiência Pública promovida pela Comissão de Esporte da Câmara Federal, que os atletas brasileiros podem trazer medalhas em 10 modalidades esportivas nos jogos olímpicos de Tóquio, o que representa um aumento em relação aos resultados obtidos em 2016, no Rio de Janeiro, quando o Brasil conquistou 19 medalhas.
A Audiência Pública foi pedida pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE) que, além de Bichara, contou com a participação do secretário nacional de Esportes de Alto Rendimento, Bruno Souza, para obter detalhes sobre a preparação dos atletas brasileiros para as Olimpíadas de Tóquio 2021.
Para que os atletas olímpicos brasileiros superem as marcas anteriores nesta Olimpíada, Bichara diz que é preciso cuidar da saúde de cada um. Assim sendo, a delegação leva na bagagem cerca de 70 mil máscaras, a maioria descartáveis e algumas do tipo N95 e 2.400 máscaras Knit; Doze mil sapatilhas de TNT, conhecidas como propés; 400 litros de álcool em gel; 250 jalecos descartáveis; e 6 mil testes de Covid.
Atletas vacinados
Desde já, 9 entre 10 atletas brasileiros já tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A delegação está preocupada com detalhes, como o desfile de abertura e protocolos para evitar a aglomeração.
“A vacinação foi uma parceria que foi estabelecida entre o Comitê Olímpico Brasileiro, o Comitê Olímpico Internacional, o Ministério da Saúde, o Ministério da Defesa e o Ministério da Cidadania, através da Secretaria Nacional do Esporte. Todos nos ajudaram a buscar a viabilização da vacina para a nossa delegação. Em termos de atletas, nós ainda estamos no processo de vacinação, ainda tem atletas sendo vacinados até o dia 12. Nesse momento termos 90% imunizados”, disse Bichara.
Assim sendo, o Comitê prepara detalhes rigorosos. Os atletas olímpicos brasileiros ficarão hospedados preferencialmente em quartos individuais. Quando em duplas, almoçarão juntos e andarão lado a lado no mesmo transporte. Com isso, vai diminuir os contatos. Também vai facilitar o controle em caso de teste positivo para a covid-19.
Mas Bichara afirma que algumas dúvidas persistem diante de situações novas que podem surgir.
“Por exemplo, se ocorrer uma contaminação numa equipe coletiva, de um número significativo de atletas, se essa equipe vai ter autorização para substituir esses atletas, ou se essa equipe é eliminada da competição esportiva. Isso não está claro pra gente e estamos questionando o comitê organizador, junto a outros países e estamos buscando respostas antes do início da competição esportiva”.
Ao todo, os Jogos de Tóquio, que começam dia 23, vão reunir 11.090 atletas de 206 países. Eles disputarão 33 esportes subdivididos em 50 modalidades. O Brasil estará presente em 35 modalidades ou disciplinas.
Delegação brasileira
O diretor de Esporte do COB lembra que, na Rio 2016, a delegação brasileira teve 465 atletas. Foi a maior delegação olímpica brasileira, em condição facilitada porque o Brasil sediou os jogos.
“Nesse momento a gente está com 301 atletas inscritos, mais o que são chamados de atletas alternativos, que compõem a delegação e podem ser utilizados, totalizando neste momento 319 integrantes. ”
Os atletas olímpicos brasileiros serão distribuídos em 9 bases em Tóquio. O trabalho de transmissão dos jogos também será reduzido e controlado. Vão ser ao todo 52 pessoas envolvidas em 12 equipes na cobertura esportiva.
O secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento, Bruno Souza, lembrou o papel do Ministério da Cidadania em dar apoio financeiro ao esporte (como estabelecido na Lei 13.756 de 2018), a partir de recursos das loterias federais.
“Somente no ano de 2020, foram repassados pelas loterias R$ 455 milhões ao Comitê Olímpico Brasileiro e Comitê Paralímpico para aplicação direta nos programas de fomento e preparação de atletas em geral. Está aí uma fonte direta em que estamos envolvidos”.
Além disso, desde 2005, cerca de R$ 1,2 bilhão foi destinado ao Bolsa Atleta. Em 2021 o Orçamento prevê investimentos de R$ 145 milhões e 200 mil. O programa beneficia pouco mais de 7 mil atletas brasileiros (7.197 atletas). Os valores variam entre atletas de base e olímpicos e paralímpicos e vão de R$ 370 a pouco mais de R$ 3 mil por mês.
Fonte: Agência Câmara de Notícias