De acordo com a pesquisa feita pela Nielsen, em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), houve um aumento de 46% na venda de livros entre os primeiros semestres de 2020 e 2021. Neste período, foram vendidos 23,3 milhões de exemplares.
A pandemia impactou diversos setores da economia e o mercado editorial foi um dos nichos mais atingidos pela crise, principalmente no primeiro semestre de 2020 por conta das medidas de restrição em lojas físicas. De janeiro a junho do ano passado, as vendas chegaram a R$ 729 milhões. Neste ano foram R$ 998, 5 milhões.
Para Eduardo Villela, book advisor e profissional com mais de 16 anos de experiência neste mercado, esta retomada se dá por conta da inovação que o setor vem apresentando para driblar a crise. “O e-commerce é uma realidade que já apresentava um crescimento expressivo muito antes da pandemia, e por conta do isolamento social, ganhou mais força pela facilidade e segurança para realizar compras”, diz.
Além disso, apesar do fechamento das grandes megastores como Saraiva, FNAC e da Livraria Cultura (em recuperação judicial), “as pequenas livrarias de bairro ganharam espaço pelo atendimento personalizado que oferecem ao consumidor”, enfatiza.
Outro grande incentivo ao setor foi a aprovação do parecer da deputada Sâmia Bonfim (PSOL/SP), enviado à Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, sobre o projeto de lei 2.604/2020, que visa alterar a Política Nacional do Livro com o objetivo de criar três tipos de crédito para beneficiar as editoras e livrarias brasileiras.
"Esse projeto é muito positivo para o setor e posso dizer até que chegou um pouco atrasado, já que aqui no Brasil o livro já deveria ser considerado pelo nosso Governo como uma ferramenta estratégica para a educação de crianças, jovens e adultos. O livro precisa ser tratado como um bem de primeira necessidade", enfatiza Eduardo.
O crescimento nas vendas dos livros aponta para um novo momento para o mercado editorial brasileiro e mostra uma recuperação expressiva para o setor.