A entrada do skate no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio apresentou a todo o Brasil três jovens que buscam um feito inédito na história esportiva do país: o primeiro pódio Olímpico totalmente brasileiro.
Rayssa Leal, Pâmela Rosa e Leticia Bufoni, um trio que vai dos 13 aos 28 anos, competem na categoria street, na qual ocupam três das quatro primeiras colocações do ranking mundial. A maior concorrente é local: Nishimura Aori, de 19 anos, campeã do último Mundial antes das Olimpíadas.
Saiba mais sobre os principais nomes do skate brasileiro em Tóquio 2020/2021:
É seguro dizer que Rayssa Leal já é uma febre no Brasil antes mesmo do início dos Jogos Olímpicos. A atleta de 13 anos já passou dos 700 mil seguidores no Instagram, onde mostra sua rotina de pré-adolescente... e número 2 do mundo.
Rayssa ganhou um skate de presente aos 6 anos de idade e começou a andar com os amigos de seu pai. Dois anos depois, ela viralizou com um vídeo realizando manobras com uma fantasia de fada, por isso o apelido Fadinha. Porém, Rayssa já avisou que, como não é mais uma criança, prefere ser chamada pelo próprio nome.
Três anos se passaram entre o vídeo e o vice-campeonato mundial em 2019. Na última competição antes de Tóquio 2020, ela foi a brasileira mais bem colocada, em terceiro.
Em Tóquio, Rayssa conta com o apoio da mãe Lilian, que foi autorizada a viajar com ela.
"Desde lá de casa estava muito empolgada, ansiosa para que esse dia chegasse. Estou muito feliz de ver tantos brasileiros aqui. Tenho treinado bastante e me divertido, o que é o mais importante. Estou muito ansiosa para disputar o campeonato, porque eu sei que vou dar meu melhor lá para que os brasileiros fiquem orgulhosos".
- Rayssa Leal ao Ge.com
Independentemente do resultado em Tóquio, o fenômeno Rayssa já ganhou o coração dos brasileiros.
Pâmela já esteve em uma posição muito parecida com a de Rayssa, chocando o mundo com resultados incríveis ainda adolescente. Ela tinha apenas 16 anos quando venceu o X Games. Já a oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos só apareceu agora, e ela tentará aproveitá-la ao máximo.
O primeiro contato com o esporte veio aos 10 anos, quando um amigo de sua irmã levou um skate para a casa da família dela. Pâmela insistiu tanto para ter o seu, que os pais precisaram usar o dinheiro da conta de eletricidade para pagar pelo equipamento.
Sem dúvidas, foi o melhor investimento da história da família.
Campeã mundial há dois anos e líder do ranking mundial, Pâmela esteve sempre entre as quatro melhores em competições de grande porte desde o início de 2019.
"Nós temos uma equipe muito boa, no street e no park. Essa geração é muito boa".
- Pâmela Rosa ao Olympic News Service
Pâmela fez aniversário no dia 19 de julho, já na Vila Olímpica, e comemorou encontrando outros grandes atletas do Brasil, como o surfista Italo Ferreira e os ginastas Arthur Nory e Chico Barreto.
"Gosto de ter oportunidades novas, então poder ser bem recebida por eles, que já estão nas Jogos Olímpicos faz muito tempo, é inacreditável".
- Pâmela Rosa à Folha de S.Paulo
Leticia Bufoni
Se Rayssa e Pâmela estão onde estão, Leticia Bufoni tem muito crédito nessa história. Considerada uma das melhores skatistas de todos os tempos, ela começou em uma época que muitos ainda estranhavam ver mulheres praticando o esporte.
"No início, todo mundo achava que era estranho ver uma garota no meio dos rapazes, mas eles se acostumaram. O sucesso que eu tive também ajudou".
Leticia também gostava de jogar futebol e chegou a ser convidada para jogar no Juventus, na zona leste de São Paulo, mesma região onde ela cresceu.
Fonte: COI