Por conta das eleições, o horário de verão neste ano terá início no primeiro domingo de Novembro (4). O período terá 15 dias a menos, terminando no terceiro domingo de fevereiro de 2019. A diminuição não fará diferença, uma vez que não há mais economia de energia elétrica com o horário de verão desde 2016, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). O fim do horário de verão chegou a ser debatido no MME porque o consumo não é mais influenciado pela luminosidade, mas pelo calor, com o aumento do gasto nos momentos mais quentes do dia.
Entre 2013 e 2016, o valor da economia com o horário de verão caiu de R$ 405,14 milhões para R$ 147 milhões, uma redução de 63% na economia de energia elétrica. As conclusões da Secretaria de Energia Elétrica (SEE/MME) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) foram relatadas aos membros do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), durante a 183ª reunião ordinária no dia 3 de agosto de 2017.
Algumas metodologias apontaram para neutralidade na variação de energia, enquanto que outras apontaram para aumento da carga devido à aplicação do Horário de Verão. A avaliação indicou que a otimização da iluminação natural foi acompanhada por um aumento do consumo na madrugada.
O Governo Federal decidiu manter a aplicação do Horário para o Ciclo 2017/2018, mas nos próximos anos essa política deverá ser reavaliada. Para o setor elétrico, a adoção de instrumentos regulatórios para sinalização econômica diferenciada por horário, a exemplo da tarifa branca e do preço/horário, pode produzir resultados mais relevantes.
Horário de Verão será após segundo turno
A mudança do início do Horário de Verão em anos eleitorais foi determinada a partir do decreto presidencial nº 9.242, de 15 de Dezembro de 2017. O objetivo é agilizar a apuração dos votos para as eleições de 2018, reduzindo a diferença nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e a apuração no Nordeste, parte do Norte e, ainda, no Acre e sudoeste do Amazonas, onde a diferença com o horário de verão chega a três horas do horário de Brasília.
Debate quente
De forma geral, o horário de verão divide opiniões. "Eu não gosto muito porque meus filhos saem de casa muito cedo. Meu filho às 5h da manhã para o trabalho, o que significa 4h da madrugada, e minha filha às 7h, ou seja, 6h. Fico muito preocupada e é pior ainda em dias de chuva", afirmou a advogada Lioneth Raposo.
As manhãs escuras não incomodam a corretora de imóveis Vera Lucia Pereira Teixeira. "Eu amo o Horário de Verão. As pessoas ficam mais tempo na rua. Sair do trabalho às 19h e ver o sol é maravilhoso. Aproveitamos mais o dia. Até profissionalmente para mim é melhor. Se visito um imóvel à noite, o cliente quer voltar depois para ver a luminosidade. Só o primeiro dia do horário de verão é mais difícil, mas depois são as mesmas 24h", opinou Vera.
Dados de economia de 2012 a 2016
ANO | Economia MW | Economia MW |
2012 | 2.555 MW | R$ 160 milhões |
2013 | 2.565 MW | R$ 405 milhões |
2014 | 2.035 MW | R$ 278 milhões |
2015 | 2.598 MW | R$ 162 milhões |
2016 | 2.185 MW | R$ 147,5 milhões |