Garotinho cresce, encosta em Romário e fica a oito pontos de Paes

O candidato do PRP, Anthony Garotinho, cresceu quatro pontos percentuais e empatou com Romário Faria, postulante do Podemos, em 16%. O ex-prefeito da capital, Eduardo Paes, assumiu a liderança isolada, com 24%, pela primeira vez livre do empate técnico com o senador Romário. O Ibope ouviu 1.512 eleitores em 41 cidades fluminenses, entre sábado, 22, e segunda, 24 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais, e o intervalo de confiança, de 95%.

A pesquisa do Ibope revela momentos distintos de Garotinho, que cresceu quatro pontos nas intenções de voto, e do campeão mundial de futebol, que cedeu dois pontos. A oscilação é dentro da margem de erro, mas preocupa por coincidir com um grande questionamento do desempenho do artilheiro nos debates de TV e mesmo no horário eleitoral gratuito, em que não sofre marcação.

Nas pesquisas, por sinal, Romário está longe da regularidade exigida nos campos. O carque começou com 14% na primeira rodada, ensaiou uma decolagem a 20%, caiu a 18% e agora a 16%. Garotinho patinou nos 12% em três sondagens, e agora passou a 16%, crescimento acima da margem de erro (três pontos percentuais para cima e para baixo).

Interior alavanca ascensão do político campista

Primeiro governador eleito a ter iniciado a carreira política no Norte, região mais pobre e decadente economicamente do Estado, mas que ensaiou uma recuperação com a descoberta do petróleo na Bacia de Campos, Garotinho pavimentou sua ascensão com as preferências no interior e na Região Metropolitana. Candidato por força de uma liminar do ministro Og Fernandes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo condenado em segunda instância e sob risco de enquadramento na Lei da Ficha Limpa, Garotinho manteve os 8% na capital das pesquisas anteriores. Saltou no interior, de 13% para 19%, e na Região Metropolitana, de 17% para 21%.

O mais impressionante no desempenho de Garotinho, apoiado por igrejas pentecostalistas e outras denominações evangélicas mais recentes como a Igreja Universal do Reino de Deus do bispo Edir Macedo, dono da Record, é o crescimento nas camadas de renda mais baixa. Nas famílias com renda até um salário mínimo, a preferência por Garotinho cresceu de 15% para 25% em uma semana. Entre as pessoas com escolaridade até a 4ª série do Ensino Fundamental, o salto foi ainda maior, de 13% para 27%.

Nas simulações para o segundo turno, contudo, a rejeição ao nome do ex-governador aparece com toda a sua força. Eduardo Paes teria o dobro de votos de Garotinho (44% a 22%). O desempenho de Romário é bem melhor, chegando ao empate técnico com o ex-prefeito do Rio (33%, ante 38% de Paes). Garotinho é rejeitado por 50% dos pesquisados, dois pontos acima da semana anterior, contra 27% de Paes (31% na semana anterior) e 25% para Romário (22% nos sete dias imediatamente anteriores).

As pesquisas sugerem uma disputa em dois patamares, um frequentado pelos três mais fortes, com maiores chances de chegada ao segundo turno, e outro ocupado por todos os demais, sem que nenhum mostre até agora condições para uma improvável atropelada na reta final. Índio da Costa (PSD), mesmo trocando o empacado Alckmin (PSDB) pelo líder Bolsonaro (PSL),oscilou dentro da margem de erro, de 4% para 6%. Com isso, não deixou o empate técnico com Tarcísio Mota, do PSOL, com 4%, e Wilson Witzel (PSC), que oscilou dois pontos para cima e chegou aos 4%.

Márcia Tiburi, do PT, ganhou um ponto e chegou aos 3%. Pedro Fernandes (PDT) ficou em 2%, mesmo patamar de Marcelo Trindade, do Novo. Mesmo André Honorato (PRTB) e Daisy Oliveira (PSTU), ambos com 1%, estão tecnicamente empatados com Índio da Costa, no limite da margem de erro. Fora desse bolo, só Luiz Eugênio Honorato (PCO), que não pontuou e deu-se ao luxo, na semana, de faltar à sabatina combinada com a rádio CBN.