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Tuitaço chegou ao topo com denúncias contra exploração de entregadores, na sexta (23)

Grupo planeja boicote a aplicativos de delivery; no Rio, trabalhadores fazem entregas por meio de cooperativa

Por Daniel Israel em 24/07/2021 às 02:11:28

Foto: Pedro Caldas/Jornalistas Livres

Nesta sexta-feira (23), o movimento dos entregadores de aplicativos de entrega, organizado pelo perfil @apagaodosapps, realizou um tuitaço que levou a #ApagaoDosApps ao primeiro lugar dentre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. Na imagem abaixo, aparece que a hashtag, que entrou na lista às 13h10 com dez mil marcações, foi tuitada 14,5 mil vezes, porém há registro de que alcançou pelo menos 16,5 mil publicações. Contas de parlamentares e sindicatos de trabalhadores, além dos próprios entregadores, comentaram em peso para manter a palavra-chave no alto, durante a tarde.

Imagens: Reprodução/Twitter


Após o tuitaço, convocado durante a semana, o perfil @apagaodosapps anunciou em nota à imprensa que está organizando um boicote aos diversos aplicativos de delivery. Em busca do apoio dos clientes das diversas plataformas, o recém-criado perfil divulgou que a iniciativa tem três objetivos: mobilizar os clientes a não fazerem pedidos, convencê-los a dar notas baixas aos aplicativos de delivery nas lojas online dos smartphones onde são adquiridos e estimulá-los a comentar contra a precarização do trabalho. Tudo isso em um mesmo dia, que ainda não foi definido.

Imagem: Reprodução/Twitter

Na mesma sequência de tuítes, o perfil, que pretende mobilizar também motoristas de aplicativos de transporte, lembrou que, em 1 de julho de 2020, a categoria promoveu uma greve, o chamado "Breque dos Apps", sob a bandeira dos "entregadores antifascistas". Era o contexto das primeiras manifestações populares contra a atuação do governo federal na pandemia, que incluíam rejeição a aglomerações provocadas e estimuladas pelo presidente da República, repúdio às constantes trocas no comando do Ministério da Saúde e reivindicações pela extensão do auxílio emergencial.

Passado um ano desde a paralisação, a conta no Twitter também lamentou que nada tenha mudado a favor da categoria, enquanto os aplicativos estão lucrando cada vez mais. Isso se deve em parte à demanda de entregas no contexto da pandemia, quando milhões de brasileiros têm frequentado menos bares e restaurantes. Mas os altos dividendos das empresas também podem ser explicados pelas péssimas condições de trabalho oferecidas pelas plataformas a esses trabalhadores, que enfrentam cargas horárias extenuantes, ganhos escassos e ausência de benefícios trabalhistas.

Conhecido nacionalmente desde os primeiros meses de pandemia, após um vídeo em que falava sobre a sensação de "entregar comida de barriga vazia", nesta semana Paulo Lima, o 'Galo', postou outro depoimento nas redes comentando a importância dessa articulação. "Quando vocês perguntam como podem nos ajudar, é nisso. Porque vai chegar em vocês", disse ele, se dirigindo aos consumidores.

Outra iniciativa que surgiu em 2020 foi a de entregadores do Rio de Janeiro e Niterói que criaram a Despatronados, cooperativa de entrega livre das grandes empresas, que impõem desvantagens, limites e assédio a esses profissionais. Em junho deste ano, três meses antes de completar o primeiro aniversário, o @despatronados fez uma postagem no Instagram que reforça a posição do grupo dentro e fora das redes. "Foi a resposta mais simples e direta que nós pudemos dar a exploração dos aplicativos", informa o texto de 18/6.

Clique no vídeo abaixo, disponível no perfil @apagaodosapps no Instagram, para assistir à convocação feita por 'Galo' para o boicote.



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