Vôlei Masculino: De virada, Brasil vence a Argentina por 3 a 2

Depois de vencer a Tunísia na estreia, a seleção brasileira masculina voltou à quadra da Arena Ariake para o segundo jogo da competição de vôlei. A adversária era uma velha conhecida, a Argentina, em duelo sul-americano entre equipes com bastante história nos Jogos Olímpicos - os argentinos foram bronze nos Jogos Seul 1988.

O jogo acabou por ser um dos mais emocionantes do vôlei em todos os Jogos Olímpicos.

O primeiro set começou ruim para os brasileiros. Com uma defesa eficiente e ataque impecável, com destaque para de Cecco e Bruno Lima - autor de sete pontos -, a Argentina venceu com vantagem de seis pontos: 25 a 19, em 28 minutos.

O segundo set continuou igual, o Brasil até chegou a diminuir a diferença de pontos, mas a Argentina manteve o ritmo, com poucos erros, fechando com uma parcial de 25 a 21 em meia-hora de partida. Nesse segundo bloco, bela atuação de Ezequiel Palacios.

Já no terceiro set, o Brasil voltou melhor e logo no início abriu cinco a um em menos de um minuto. Momento crucial no jogo, a partir daí, tudo mudou. Os brasileiros se encontraram, erraram menos, com paciência e agressividade. Sem grandes sustos, venceram o set em 25 a 16, em 22 minutos. Maurício Souza, Leal e Wallace foram os grandes destaques deste set.

Pela madrugada adentro em Tóquio, o quarto set reservaria grandes emoções. A Argentina voltou determinada a fechar o jogo e "sobrou" no set até abrir 17 a 11. Renan pediu um tempo técnico e, na volta, o Brasil era outro: Leal fez uma ótima sequência de saques, o time tirou uma diferença de cinco pontos e encostou no marcador. A virada veio logo em seguida, em um trabalho coletivo, ao anular as ações de Palacios e Bruno Lima. Em 34 minutos, 25 a 21.

Jogo para o quinto set e tie-break

O último set foi o mais equilibrado do jogo. Ponto lá, ponto cá, as duas seleções não conseguiram tão cedo abrir dois pontos de vantagem. A Argentina esteve à frente praticamente em todo o bloco. A virada veio no 13º ponto. Duelo de titãs, digno de um grande clássico do vôlei. Com erro no ataque da Argentina, o Brasil fechou 16 a 14, em 23 minutos.

"O time demorou para acordar, fizeram os dois primeiros sets impecáveis, a virada no terceiro set foi incrível, fizemos um milagre que ajudou bastante. Precisávamos deixar de errar e ter paciência. O Leal teve uma sequência de saques que tivemos tempo para pensar e voltar no jogo. Não podíamos perder hoje. Precisávamos vencer e vencemos".

-Lucas, na zona mista para o canal Sportv

"Brasil e Argentina o script é sempre o mesmo, a linha de passes deles funcionou como nunca. Estou feliz pela vitória e pela demonstração da equipe. Quem entrou, correspondeu. Leal saiu, respirou, voltou para o quarto set e foi fundamental na vitória".

-Renan dal Zotto, treinador do Brasil, na zona mista para o canal Sportv

"Essa vitória me deixa feliz. Não somos só os seis titulares. Ao longo do jogo, melhoramos nosso ataque e bloqueio. Me perdi no jogo e tivemos que mudar. Isso acontece, uma partida que pareceu um filme. Hoje, nós chegamos no Japão. Essa vitória nos dá a energia que precisamos".

-Bruninho, capitão do Brasil, na zona mista para o canal Sportv

O oposto Leal foi o grande destaque na seleção brasileira. Fez 18 pontos e foi fundamental para a virada com boa sequência de saques que colocaram o time de volta ao jogo no quarto set.

Três sets a dois e vitória do Brasil em um grande espetáculo do vôlei de quase duas horas e meia.

Ficha técnica

• Brasil 3: 1 Bruninho (C), 2 Maurício Borges, 6 Fernando Cachopa, 8 Wallace, 9 Leal, 12 Isac, 13 Maurício de Souza, 14 Douglas Souza, 16 Lucão, 17 Thales, 18 Lucarelli e 21 Alan. Treinador: Renan dal Zotto.
• Argentina 2: 1 Sánchez, 2 Pereyra, 3 Poglajen, 7 Conte, 8 Loser, 9 Danani, 11 Solé, 12 Bruno Lima, 13 Palacios, 15 de Cecco (C), 17 Mendez e 18 Ramos. Treinador: Marcelo Mendez.
• Sets: Brasil 0 x 1 Argentina (19-25); Brasil 0 x 2 Argentina (21-25); Brasil 1 x 2 Argentina (25-16); Brasil 2 x 2 Argentina (25-21) e Brasil 3 x 2 Argentina (16-14).
• Arbitragem: MURANAKA Shin (JPN); Luis Gerardo Macías (MEX) e Taoufik Boudaya (TUN).