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Julho Amarelo: Especialista alerta para formas de contágio e tratamento da hepatite

Somados os quatro tipos, 670 mil brasileiros morreram da doença entre 2000 e 2018

Por Portal Eu, Rio! em 26/07/2021 às 13:09:33

A infectologista Vera Rufeisen. Foto: Divulgação

Em 2017, aos 45 anos, a consultora Paula Lopes se assustou ao descobrir que portava o vírus da hepatite C. “Não sei como me contaminei. Sempre me cuidei e nunca apresentei nenhum sintoma. Soube que estava com hepatite C durante exames de sangue de rotina”, conta.

O tratamento demorou a começar, pois o governo federal só disponibilizava o medicamento para pessoas com altos níveis da doença. Após mudança na legislação, porém, o antiviral passou a ser oferecido gratuitamente para todas as pessoas portadoras do vírus.

Passados dois anos de acompanhamento médico, ela finalmente poderá seguir uma vida normal. “Foram três meses de tratamento com o remédio oral, fornecido pela farmácia de alto custo. E mais dois anos de monitoramento, no final do ano terei alta”, relata, já aliviada.

As hepatites virais são doenças inflamatórias do fígado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu a data de 28 de julho como Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais e todo o mês é dedicado à luta e prevenção da doença.

Dentre as hepatites, a do tipo C é a que mais preocupa. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, órgão do Ministério da Saúde, entre os anos 2000 e 2018, aproximadamente 74,8 mil pessoas morreram da doença, 76% das 670 mil vítimas de hepatite no país. De acordo com a infectologista Vera Rufeisen, por ter sintomas não específicos, esse tipo de hepatite pode se desenvolver por anos e levar à morte, se não for tratada. "Algumas pessoas apresentam cansaço, indisposição, fraqueza, mas isso não é regra. Por ser silenciosa, a doença pode evoluir sem ser percebida e levar a complicações graves, como cirrose hepática ou câncer de fígado", alerta.

No Brasil, as principais hepatites são classificadas como A, B, C e D, e podem ser divididas em dois grupos: agudas ou crônicas. As agudas são causadas pelos vírus A e D, e o contágio acontece pelo consumo de água ou alimentos contaminados. Entre os sintomas, estão dor abdominal, febre, calafrios, indisposição, olhos e pele amarelados (a chamada icterícia). Nestes casos, não há tratamento específico, e o próprio corpo, com repouso e hidratação, consegue combater a infecção. Médica do Vera Cruz Hospital, Rufeisen esclarece que a vacinação é a melhor forma de prevenção para as hepatites deste grupo. "As vacinas são eficazes, seguras e estão disponíveis no programa nacional de vacinação. É importante que todos mantenham a imunização em dia para combater o vírus".

Já as hepatites crônicas são causadas pelos grupos B e C. O vírus é transmitido pelo contato com o sangue. Não apenas em transfusões, como também pelo manuseio de objetos cortantes, tais como alicates de manicures, objetos perfurocortantes não descartados adequadamente, piercing, tatuagem e relações sexuais desprotegidas. "Além da recomendação de não compartilhar agulhas e seringas e da utilização de preservativos em relações sexuais, também orientamos as grávidas a aderirem ao pré-natal, pois também pode haver a transmissão vertical, que é quando a doença da mãe passa para o bebê", esclarece a infectologista.

"Para hepatite B, ainda não podemos falar em cura, somente controle, com tratamento seguro e eficaz com antivirais. Já no caso da hepatite C, tivemos um avanço imenso nos últimos anos e, hoje, temos drogas chamadas ‘antivirais de ação direta’ que, se combinadas, têm taxa de cura de 96% a 98%, além de poucos efeitos colaterais", adiciona.

A OMS tem como meta a eliminação da Hepatite C até 2030, mas a infectologista explica que, para que isso aconteça, todos precisam ser testados e tratados. "É importante que as pessoas procurem por um médico para saber como está a saúde, se precisam se imunizar ou ter um tratamento e acompanhamento seguro e adequado. Nós sabemos que o tratamento é muito eficaz e consegue prevenir o agravamento e as complicações tardias tão temidas", conclui.

Fonte: WGO Comunicação

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