O Brasil certamente acredita em fadas e na força da juventude. Rayssa Leal, a 'Fadinha' de 13 anos, conquistou a medalha de prata na disputa do street dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, tornando-se a mais jovem medalhista olímpica da história do país. Na história dos Jogos, atleta tão jovem não se tornava medalhista desde a nadadora Inge Sørensen, que tinha 12 anos nas Olimpíadas de Berlim, em 1936.
Esta é a terceira medalha do Brasil em Tóquio 2020, após a prata de Kelvin Hoefler no street masculino e o bronze de Daniel Cargnin no judô. Mais do que tudo, uma medalha que representa a renovação, a alegria e a esperança.
Ouro e bronze ficaram com o Japão, respectivamente com Nishiya Momiji, que também tem 13 anos, e Nakayama Funa, de 16.
Extremamente segura em sua bateria, Rayssa Leal não zerou em nenhuma volta ou trick e conquistou altas notas para atingir a terceira colocação entre todas as skatistas nas eliminatórias.
Também cotada para o título, Nishimura Aori (JPN) parecia um pouco desconfortável durante a competição, mas somou o suficiente para avançar em quarto lugar.
Já pentacampeã dos X Games, Leticia Bufoni ficou a uma vaga da final. Apesar de ter feito uma apresentação regular, um erro nos tricks acabou tirando a veterana da briga por medalhas. Uma das pioneiras do skate feminino, Bufoni é uma referência para a maioria das skatistas mais jovens, incluindo Rayssa.
"Claro que iam colocar muita pressão em mim. Acontece, eu sou um ser humano. Não cheguei muito bem no último trick. Mas estou super feliz de estar aqui, competindo nos meus primeiros Jogos Olímpicos. Siga seus sonhos, siga sua paixão. Se eu estou aqui, você também pode estar. [...] Já estou pensando em Paris 2024."
- Leticia Bufoni após a prova
Número 1 do mundo no street, Pâmela Rosa esperava por uma estreia Olímpica melhor. Ela sofreu duas quedas logo na primeira volta de sua bateria e recuperou-se logo em seguida com uma volta de 3.57. Porém, nos tricks, ela errou três vezes consecutivas e a última nota de 2.42 não foi suficiente para colocar a campeã mundial de 2019 na decisão, terminando em décimo.
Após a prova, Pâmela revelou que estava com pé lesionado.
O skate em Tóquio 2020 é dividido em dois eventos diferentes: street (a pista simula objetos das ruas, como corrimãos e escadas e a criatividade é um importante componente) e o park (com uma pista com declives, ângulos e curvas, na qual os participantes vão ganhando velocidade e demonstrando manobras), ambos no feminino e no masculino. Com o street já finalizado, o park acontece nos dias 4 e 5 de agosto. Os brasileiros Luiz Francisco e Pedro Barros são terceiro e quarto colocados do ranking mundial, respectivamente, nesse evento.
Confira os skatistas brasileiros na categoria park:
Fonte: COI