Desde a última segunda-feira (26) quem passa em frente ou pelas intermediações da Colina Histórica pode reparar a presença de tapumes, guindastes e outros itens característicos de obras. O fato tem explicação: o Estádio do Vasco da Gama, mais conhecido como São Januário, está passando por obras estruturais e de manutenção visando a segurança e o conforto de todos os funcionários e, futuramente, dos torcedores, quando for possível receber público nos jogos.
Deixada de lado durante gestões anteriores e, por conta disso, deteriorada com o tempo, o tradicional estádio cruzmaltino tem recebido uma atenção especial nesses últimos meses pela gestão do presidente Jorge Salgado. De acordo com a Vice-Presidência de Patrimônio do clube estão previstas para os próximos quatro meses a manutenção estrutural de marquises e arquibancadas, recuperação e pintura da fachada principal e halls, e reformas da marquise de vidro da fachada, oficinas, vestiários de funcionários e telão.
Elas serão custeadas com o dinheiro oriundo da renovação contratual com a Ambev, que já havia sido comunicada no início de maio e que teve, já como primeiro grande resultado institucional, a autossustentabilidade do futebol feminino.
As obras ocorrem depois de serem feitos diversos estudos e o mapeamento dos problemas. Dessa forma, os locais que serão reformados já apresentavam restrições para quem frequentava a Colina desde o último mês de abril.
O Vasco, no entanto, fez questão de tranquilizar os torcedores que desejam fazer o famoso Tour da Colina. A visita guiada pela sede vascaína, segundo o comunicado divulgado pelo clube, seguirá sua rotina usual de horários. Além disso, não haverá qualquer alteração na escala de trabalho dos funcionários.
O projeto de reforma e modernização prevê, entre outras intervenções, o aumento da capacidade atual de 22.000 para 43.200 lugares e conta também com a participação da empresa de Engenharia WTorre, em parceria que havia sido anunciada há quase um ano, no dia 21 de agosto de 2020, durante a comemoração de 122 anos do Vasco, quando um documento de intenções foi assinado.
Só que, de lá para cá, o presidente e fundador da empresa, Walter Torre faleceu, ainda no final do ano passado. Em fevereiro deste ano houve a mudança na gestão cruzmaltina, com a saída de Alexandre Campello e a entrada do atual mandatário, Jorge Salgado. Com isso, a relação entre as partes mudou, com o clube passando a tomar frente na parte da captação de recursos para as obras, fazendo com que elas não começassem mais em agosto, conforme havia sido programado inicialmente.
"No MOU (sigla em inglês para memorandum of understanding, algo como um memorando de intenção) assinado em 2020, Vasco e WTorre definiram as condições para juntos desenvolverem o projeto e realizarem a captação dos recursos necessários junto a investidores. A WTorre se responsabilizava por algumas ações preliminares (técnicas e jurídicas) que retornaram para a responsabilidade do Vasco. A WTorre permanece participando do projeto trazendo sua experiência na operação e comercialização das propriedades do equipamento. Com isso o Vasco passa também a ter mais liberdade para trabalhar alternativas", explicou a WTorre, em nota divulgada no último dia 15 de julho.