Alguns milímetros de distância mudaram o destino de Ana Sátila nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A décima colocação na prova do C1 da Canoagem Slalom veio após uma punição por não ter passado por uma das 25 balizas obrigatórias do circuito. Antes mesmo de entrar na água para a disputa da medalha, Ana Satila já fizera história ao se tornar a primeira mulher brasileira classificada para uma final olímpica na modalidade.
Ela fechou a competição com o tempo de 164.71. A medalha de ouro ficou com a australiana Jessica Fox, com 105.04, a prata com a britânica Mallory Franklin, com 108.68, e o bronze foi para a alemã Andrea Herzog, com 111.13.
“Estava me sentindo tão preparada. Antes eu estava muito feliz de fazer a final, de ser a primeira mulher, de estar entre as dez melhores dos Jogos Olímpicos. E eu dei o meu melhor. A penalidade que tive foi tentando alcançar a medalha. Sabia que já tinha cometido alguns erros e tentei melhorar, mas a penalidade me custou muito. Estou muito decepcionada”, lamentou Ana.
De caçula em Londres 2012 a finalista olímpica
A trajetória de Ana Sátila no esporte começou aos nove anos, em Primavera do Leste (MT), por incentivo do seu pai. De lá para cá, evoluiu rapidamente para se tornar a principal referência feminina da modalidade no país.
Atual terceira colocada no ranking mundial, Sátila tem no currículo as medalhas de ouro nos Jogos Pan-americanos de Toronto 2015 e Lima 2019, além do bronze no Mundial de 2017 e resultados de destaque em etapas de Copas do Mundo de Canoagem Slalom. Participou dos Jogos Olímpicos pela primeira vez em Londres 2012, aos 16 anos, e quatro anos depois esteve na Rio 2016.
Pedro Gonçalves entra na água só nesta sexta-feira (30), mas o canoísta esteve no Kasai Canoe Slalom Centre torcendo pela amiga. Ele percorreu a lateral do canal incentivando a canoísta a fazer boas remadas, gesto que é uma tradição das equipes de Canoagem Slalom quando um dos membros está competindo na água.
"Eu acho que ainda mais agora que estamos sem torcida, é crucial ter a gente torcendo, dando aquele grito, é uma motivação. Não que o atleta vá escutar porque tem o barulho da água e está concentrado, mas se escutar um grito e for um milésimo de segundo a mais naquela remada que é crucial para a classificação para uma medalha, já vai ter valido a pena", explica Pepê.
Pedro Gonçalves entra na água na sexta (30)
O último dia de competições da Canoagem Slalom nos Jogos Olímpicos irá acontecer nesta sexta-feira (30) com a semifinal e final do K1 Masculino. Pedro Gonçalves garantiu sua classificação na quarta-feira (28). Pepê está em sua segunda edição olímpica e repete a trajetória do Rio 2016 quando conseguiu garantir a final olímpica: ele garantiu a sexta colocação. Pepê e Ana Sátila colocam Tóquio 2020 como a melhor campanha do Brasil em edições olímpicas para a Canoagem Slalom.