Um dia não foi suficiente para afirmar-se uma tendência, nessa reta final da eleição presidencial. Jair Bolsonaro (PSL), com 27%, e Fernando Haddad, com 21%, oscilaram um ponto cada, dentro da margem de erro, na nova pesquisa Ibope para a eleição presidencial de 2018. Divulgado na tarde desta quarta-feira (26), o levantamento foi encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e atingiu 2.000 eleitores entre os dias 22 e 24 de setembro.
O cenário da nova pesquisa é estável em relação à sondagem imediatamente anterior, encomendada pela Rede Globo e o jornal O Estado de S.Paulo, realizada entre os dias 22 e 23 de setembro e divulgada na segunda-feira (24), com 2.506 .
A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-04669/2018.
Se a eleição fosse agora, nenhum candidato atingiria mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, ou seja, a eleição seria decidida em segundo turno. Nesse caso, no primeiro turno, Jair Bolsonaro teria 33% dos votos válidos e Fernando Haddad, 25%.
Para calcular os votos válidos, descartam-se as intenções de votar em branco ou anular o voto,bem como os que não souberam ou não quiseram responder em qual candidato votariam na pergunta estimulada.
O dado mais curioso é o contraste entre as preferências para um eventual segundo turno e a expectativa quanto ao resultado do pleito. Bolsonaro perde a simulação contra Ciro Gomes (44% a 35%), e empata tecnicamente, sempre em desvantagem, com Fernando Haddad (42% a 38%) e Geraldo Alckmin (40% a 36%). O capitão reformado só fica em vantagem no empate técnico face a Marina Silva (40% a 38% para o militar).
Quando perguntados sobre quem ganhará a eleição, contudo, os pesquisados apontam Bolsonaro com larga margem: 44%, ante 20% de Haddad, 7% de Alckmin e 3% de Marina.
Em mais um dado aparentemente contraditório, Bolsonaro apresenta uma rejeição de 44%, a mesma fatia que aponta sua vitória. Haddad tinha 27%, mesmo percentual de Marina, Geraldo Alckmin 19% e Ciro Gomes 16%.
REJEIÇÃO
Jair Bolsonaro: 44% (-2%)
Fernando Haddad: 27% (-3%)
Marina Silva: 27%
Geraldo Alckmin: 19%
Ciro Gomes: 16%
Cabo Daciolo: 11%
Henrique Meirelles: 11%
Eymael: 10%
Alvaro Dias: 9%
Guilherme Boulos: 9%
Vera Lúcia: 9%
João Amoêdo: 8%
João Goulart Filho: 7%
Poderia votar em todos: 2%
Não sabe/não respondeu: 7%
Voto útil
A pesquisa também mediu o chamado “voto útil”, questionando o entrevistado sobre a probabilidade de deixar de votar no candidato de sua preferência, para evitar que outro que não gosta vença.
Do total de eleitores, 14% responderam que essa probabilidade é muito alta; outros 14% disseram que essa probabilidade é alta; 18% que é média; 21% que é baixa; 27% que é muito baixa; e 6% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Entre os eleitores de cada candidato, essa probabilidade é a seguinte:
Jair Bolsonaro
10% muito alta;
12% alta;
17% média;
23% baixa;
35% muito baixa;
3% não sabe/não respondeu.
Fernando Haddad
17% muito alta;
14% alta;
17% média;
22% baixa;
24% muito baixa;
6% não sabe/não respondeu.
Ciro Gomes
21% muito alta;
14% alta;
19% média;
21% baixa;
20% muito baixa;
5% não sabe/não respondeu.
Geraldo Alckmin
14% muito alta;
22% alta;
20% média;
20% baixa;
19% muito baixa;
5% não sabe/não respondeu.
Marina Silva
8% muito alta;
20% alta;
23% média;
17% baixa;
27% muito baixa;
5% não sabe/não respondeu.
A pergunta foi feita para todos os entrevistados, mas a CNI divulgou somente os percentuais dos eleitores de candidatos com mais de 5% das intenções de voto.
Convicção
A pesquisa questionou os eleitores entrevistados sobre a convicção na escolha dos candidatos em quem pretendem votar.
Do total de entrevistados,
43% responderam que trata-se de uma “decisão definitiva, que não mudará de jeito nenhum”
18% disseram que é uma “decisão firme, mas que poderá mudar no decorrer da campanha”
18% responderam que é uma “escolha do atual momento, que durante a campanha poderá mudar”
17% disseram tratar-se de “apenas uma preferência inicial”; outros 5% não sabem ou não responderam.
Entre os eleitores de cada candidato, os percentuais são:
Jair Bolsonaro
55% decisão definitiva;
17% decisão firme;
13% escolha do atual momento;
12% preferência inicial;
3% não sabe/não respondeu.
Fernando Haddad
49% decisão definitiva;
17% decisão firme;
15% escolha do atual momento;
16% preferência inicial;
3% não sabe/não respondeu.
Ciro Gomes
31% decisão definitiva;
20% decisão firme;
23% escolha do atual momento;
19% preferência inicial;
6% não sabe/não respondeu.
Geraldo Alckmin
26% decisão definitiva;
20% decisão firme;
28% escolha do atual momento;
22% preferência inicial;
3% não sabe/não respondeu.
Marina Silva
22% decisão definitiva;
23% decisão firme;
23% escolha do atual momento;
30% preferência inicial;
3% não sabe/não respondeu.
A pergunta foi feita para todos os entrevistados, mas a CNI divulgou somente os percentuais dos eleitores de candidatos com mais de 5% das intenções de voto.
Avaliação do governo Temer
A pesquisa pediu aos entrevistados uma avaliação sobre o governo do presidente Michel Temer. Os resultados são os seguintes:
�"timo/bom: 4%
Regular: 12%
Ruim/péssimo: 82%
Não sabe/não respondeu: 2%
Sobre a pesquisa
Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
Entrevistados: 2 mil eleitores em 126 municípios
Quando a pesquisa foi feita: 22, 23 e 24 de setembro
Registro no TSE: BR-04669/2018
Nível de confiança: 95%
Contratante da pesquisa: Confederação Nacional da Indústria (CNI