Estudar fora do país é o desejo de 15 mil jovens que participam da 60ª edição do Salão do Estudante nos dias 26 e 27 de setembro, no Rio. A gerente de Marketing do evento, Priscila Gomes, revela que os países mais procurados são os EUA, o Canadá e Portugal, cujas instituições de ensino passaram a aceitar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como critério para a admissão.
O Hotel Windsor Barra recebeu os estudantes na quarta-feira. Gabriela Gomes já é publicitária. Foi ao Salão porque pretende fazer um curso de tecnologia de até seis meses na Califórnia. Ela chegou a trabalhar na OLX, mas também quer aprimorar o idioma:
“A ideia é depois voltar para São Paulo e buscar oportunidade de crescimento na área de tecnologia no país”, disse.
Ivo Fernandes queria ir para o Canadá, mas não achou uma empresa que trabalhe com intercâmbio. Ele está terminando o ensino médio, tem 17 anos e pretende estudar engenharia.
Colega de Fernandes, Vitor Miguel tem 17 anos e quer estudar idiomas nos EUA. É a primeira vez que tenta intercâmbio. Já Darlan Maia tem 18 anos e quer fazer um curso de média duração nos EUA ou no Canadá e, se possível, continuar no país:
“Procuro curso técnico para trabalhar na área de informática. Infelizmente, temos dificuldades de encontrar bons cursos no Brasil. E o exterior passa a ser mais chamativo, tanto por segurança e pelas novas experiências”, disse.
Da Paraíba para os EUA
Há aqueles que fizeram o intercâmbio e viraram representantes da universidade em que estudaram. É o caso do paraibano Mateus Assis, hoje cursando mestrado. Ele representa a Saint Leo University, da Flórida. No Salão, Mateus esclarecia dúvidas dos estudantes brasileiros com sua experiência de sete anos naquele país:
“Fui para fazer intercâmbio e acabei estudando lá durante quatro anos. Hoje faço doutorado. Estamos aqui para ‘resgatar’ a maior quantidade de brasileiros para a universidade”, disse.
Mateus revela que são poucos os brasileiros no campus da Saint Leo University. Eles convivem com outros 500 estudantes de vários países. Mas o veterano alerta para o comportamento do brasileiro. É necessário se adaptar à vida americana:
“O mais importante é aprender o inglês. Tem um programa na própria universidade para ensinar o idioma enquanto está na universidade. Outra questão é que o americano não gosta de muito contato físico, como o brasileiro gosta. Isso você aprende lá”, disse.
A universidade oferece cursos na área de administração, biologia, cibernética, graduação e pós-graduação e doutorado. Mateus incentiva os estudantes que comparecem ao stand, mas não esquece a sua própria origem:
“Sou da Paraíba. É legal! Eu estudei lá (nos EUA) durante 4 anos e, agora passei no mestrado. A gente está aqui para mostrar a proposta, o tipo de curso e tentar resgatar a maior quantidade de brasileiros”, disse.
Portugal também é procurado
O terceiro país mais procurado pelos jovens para fazer intercâmbio, Portugal oferece cursos técnicos voltados para o mercado de trabalho. Armando Pires representa um conjunto de instituições técnicas presentes no Salão:
“Já participamos em outros anos. As oportunidades são muitas. Portugal está com muita abertura para o estudante brasileiro em nível de graduação ou pós-graduação. Neste momento, todas as instituições aceitam o ENEM. Não precisa fazer prova. O custo de vida em relação à Europa é baixo e o ambiente é fácil para o brasileiro”, disse.
Outra vantagem apontada por Armando quanto ao intercâmbio em Portugal é a similaridade de características entre brasileiros e portugueses. O custo de vida também é destaque. “Em Portugal, a vida é mais barata do que muitos países europeus”, destacou.
O custo para estudar fora do Brasil é outra questão que está na cabeça de quem ainda não tentou. Para a gerente de marketing do Salão do Estudante, o custo é mais baixo do que se imagina. Priscila diz que os cursos de graduação das universidades públicas de Portugal são pagos, bem como as de outros países. Porém, são mais baratos do que os de uma universidade particular brasileira. “Além disso, a pessoa vai ter uma experiência internacional que vai valer a pena”, concluiu.