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Sem profissionais de ensino?

Exclusivo: escola municipal do Rio não substitui professora grávida e alunos ficam sem aula

Estudante de sete anos não aprendeu a ler e esqueceu como escrever seu nome


Foto: Divulgação Prefeitura do Rio

Os 26 alunos da Turma 1102 da Escola Municipal Azul e Branco, no bairro do Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão desde maio sem professora. Ao voltarem do recesso de julho, o cenário era o mesmo: a docente está de licença, grávida, e não foi substituída. Para piorar, a diretora da instituição, Yvanzir Garcia Sant’anna, procurada por uma mãe de aluno, disse que não vai colocar ninguém para ministrar as aulas durante a licença da titular. Além disso, os pais dos alunos não receberam a apostila do terceiro bimestre.

“Estou desde maio enfrentando esse problema. A professora do meu filho está grávida e optou por não voltar. Até aí, tudo bem. Eu pensei que eles iriam botar outra profissional. Hoje, eu fui na escola e a diretora me atendeu do lado de fora. Perguntei se não ia ter mais aula este ano. Ela informou que a professora realmente optou por não voltar e revelou que nãoa substituiria”, contou a mãe de um aluno, que preferiu não se identificar.

Sem a apostila, que a unidade escolar não entregou, a mãe do aluno teve que pedir o material para outras pessoas. “Eu decidi denunciar. Sou uma mãe que trabalha fora, chego às 20 horas para ensinar a lição da escola para o meu filho. A apostila do 3º bimestre, eles não entregaram. Meu filho nem aprendeu a ler e já vai fazer sete anos. Eu não tenho dinheiro para pagar uma explicadora. A diretora disse que não poderia fazer nada”, lamentou a mãe.

Ela ainda acusa a Coordenadoria Regional de Educação da região (CRE), órgão da Secretaria Municipal de Educação responsável pelas unidades da rede pública do município, de omissão.

“Comuniquei à CRE, que também que falou que nada faria. No grupo da escola, a professora quer passar trabalho, mas a gente é que tem de imprimir e tirar cópia. Fica complicado, pois há muitas mães que não tem dinheiro para isso. Eu estudei até a antiga quarta série e não sei passar muitas das lições. Ou ele come, ou vai para a explicadora", revela a mãe.

“Eu acredito que a prefeitura tenha profissionais para substituir quem fica grávida ou quebra uma perna, por exemplo. Meu filho vai ficar mais um ano sem aprender nada? Ele até esqueceu como escreve o nome dele, pois estudou somente até março do ano passado. Aí veio a pandemia e ele perdeu aquele ano. Aí, automaticamente, sem saber nada, ele foi para o primeiro ano. Esse ano ele também praticamente perdeu, porque foi à escola uma vez fazer uma prova e saiu com ela em branco, pois não haviam ensinado nada a ele”, lamenta.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) sugeriu que a denúncia seja feita no ramal 1746 da Prefeitura do Rio. Já a Secretaria Municipal de Educação não se manifestou até o momento. O espaço está aberto.

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