O período dos Jogos Olímpicos traz uma audiência intensa por parte dos fãs de esportes ou do evento em todas as modalidades. Cada um escolhe a sua preferida e acompanha de perto, torcendo pela vitória do seu país. Também é muito comum acontecerem lesões nas Olimpíadas e nem sempre elas são encaradas da forma correta. Alguns exemplos que tivemos foram de brasileiras, a skatista Pâmela Rosa e a ginasta Flávia Saraiva.
“Da minha parte não acredito em fatalidades. Neste universo nada é espontâneo. Nada se cria do nada. Tudo é consequência ou uma reação como resposta a algum processo ou alguma combinação. Em outras palavras, lesões não acontecem por acaso”, explica o personal trainer Samorai, especialista em movimentos e treinamento 3Dimensional, fundador do Instituto de Performance Samorai.
Trabalhando há mais de 20 anos na área de reabilitação através do movimento, Samorai afirma que os sintomas que o corpo apresenta não são as causas das lesões. “O aluno chega para mim com uma dor na coluna e diz que essa dor é em função de uma hérnia. Isso é uma verdade parcial. A pergunta que costumo chamar de “pergunta de um milhão de dólares” é: o que causou essa hérnia de disco? Essa tendinite? Essa artrose? Ou seja, o que a maioria das pessoas chama de causa são apenas sintomas”, diz Samorai.
O personal explica que as lesões nas Olímpiadas também têm uma causa. Se elas aparecem, são uma resposta do corpo como reação à condição que ele está sendo imposto como, por exemplo, quando um joelho dói ao correr, isso não acontece pela corrida, e sim pelas condições sob a qual o joelho está realizando essa tarefa. Algo não está legal e uma carga muito grande está chegando ao joelho durante a corrida, fazendo com que ele tenha que fazer um trabalho diferente do que ele tem que fazer e, por estar sobrecarregado, inflama o tendão.
Ele completa a explicação ao citar mais um exemplo, imaginando que esse estresse que chega ao joelho e causa essa inflamação venha de uma pisada inadequada. A partir dessa pisada o movimento da perna acontece de uma forma diferente do correto e isso faz o joelho “atritar” mais do que o normal, encostando osso com osso e, com isso, gerando inflamação.
Para encontrar as causas dessas lesões, o recomendado é uma avaliação de movimento de maneira 3Dimensional, integrada e holística que consegue detectar disfunções. Com isso, o caminho para reestabelecer o padrão dos movimentos seria muito claro, e, uma vez que melhorar uma pisada não é algo muito complexo, em pouco tempo seria possível correr novamente e sem dor.
“Devemos sempre estudar nosso corpo e sua harmonia e como cada parte dele interage com as outras de maneira integrada e 3Dimensional. Seja no esporte, nas Olimpíadas ou na sua casa com suas dores. Onde dói, inflama, estira, rompe não é a causa, e sim a vítima. É quem está pagando um preço muito alto pela disfunção de outra parte que está causando tudo isso”, conclui Samorai.