A situação no Afeganistão, na região do Oriente Médio, está preocupando o mundo. Nesta segunda-feira (16), após imagens da tomada do poder pelos Talibãs viralizarem nas redes sociais e na imprensa internacional, líderes de governos de inúmeros países se pronunciaram sobre a situação. Além disso, grande parte da sociedade afegã se desesperou com o retorno do grupo ao poder, que é conhecido pela violência e por associação a ações terroristas, bem como pela cultura fundamentalista e radical, principalmente, em relação às mulheres.
Entre os vídeos que mais chamaram a atenção, está a tentativa de centenas de pessoas desesperadas de subirem em um avião em movimento no aeroporto de Cabul, na capital do país. De acordo com informações da grande mídia, pelo menos cinco pessoas morreram até o momento. Uma multidão também tomou às ruas com o objetivo de encontrar uma saída para escapar do novo domínio.
A desestabilização do governo afegão ocorre depois de 20 anos da presença de forças militares norte-americanas no território. No último domingo (15), os EUA decidiram se retirar e o presidente Ashraf Ghani também fugiu, abandonando a nação e facilitando a retomada do grupo extremista.
Na noite desta segunda-feira (16), o presidente americano Joe Biden se pronunciou oficialmente por meio de um discurso e pelo seu perfil oficial no Twitter.
"Fomos ao Afeganistão há 20 anos com objetivos claros: pegar aqueles que nos atacaram em 11 de setembro de 2001 - e garantir que a Al Qaeda não pudesse usar o Afeganistão como base para nos atacar de novamente. Fizemos isso - uma década atrás. Nossa missão nunca deveria ser a construção de uma nação", escreveu Biden.
O presidente francês Emannuel Macron também usou seu perfil para se posicionar sobre a crise humanitária e afirmou que a França segue tentando encontrar solução para amenizar os impactos do episódio que envolve interesses europeus.
"A França está fazendo e continuará cumprindo seu dever de proteger aqueles que são mais ameaçados", publicou Macron.
Até o fechamento desta matéria, o presidente Jair Bolsonaro não havia emitido nenhuma opinião. Entretanto, o Itamaraty publicou uma nota oficial sobre a situação:
"O governo brasileiro expressa profunda preocupação com a deterioração da situação no Afeganistão e as graves violações dos direitos humanos. Manifesta, igualmente, apreensão com o aumento da instabilidade na Ásia Central e seu potencial impacto em outras regiões.
O Brasil espera o rápido engajamento das Nações Unidas para o estabelecimento de canais de diálogo e espera que o Conselho de Segurança possa atuar para assegurar a paz na região. É essencial assegurar a atuação plena da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA).
O Governo brasileiro conclama os atores envolvidos a proteger os civis, respeitar o Direito Internacional Humanitário, garantir o acesso desimpedido da ajuda humanitária e respeitar os direitos fundamentais do povo afegão, em especial de mulheres e meninas.
É necessário preservar os ganhos obtidos nas últimas décadas em matéria de proteção de direitos humanos, fortalecimento da democracia e desenvolvimento socioeconômico no Afeganistão.
Não há registro de brasileiros atualmente residindo ou em trânsito no Afeganistão. Os telefones de plantão da Embaixada do Brasil no Paquistão (+92 300 8525941), que tem a jurisdição consular sobre o território afegão, e da Divisão de Assistência Consular do MRE (+55 61 98197-2284) estão disponíveis para qualquer nacional que se encontre no país e necessite urgentemente de auxílio", concluiu o comunicado.