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Família de Priscila Carmo, morta no Chapadão, cobra respostas do Estado

Vendedora ambulante foi morta com um tiro nas costas na quinta-feira (12)

Por Anderson Madeira em 16/08/2021 às 21:56:43

Priscila Carmo: mora com tiro nas costas no Complexo do Chapadão. Foto: Arquivo Pessoal

Os familiares da vendedora ambulante Priscila Carmo, de 36 anos, que foi morta com um tiro nas costas no último dia 12, no Complexo do Chapadão, foi recebida nesta segunda-feira, na Defensoria Pública do Estado, no Centro do Rio, onde também foram ouvidos por representantes das comissões de Direitos Humanos da OAB-RJ e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Depois, os parentes prestaram depoimento à Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro.

A reunião foi presidida pelo ouvidor geral Guilherme Pimentel. Segundo ele, foi iniciado um atendimento integrado à família de Priscila. “Basicamente o atendimento integrado visa fazer uma acolhimento global desta família. Passa pelo encaminhamento à rede de atenção psicossocial para que a família tenha os cuidados psicológicos e de assistência social necessários para passar por este momento difícil e também os encaminhamentos jurídicos e de encaminhamento do inquérito policial”, explicou Pimentel.


Família da vendedora Priscila Carmo recebe auxílio de órgãos ligados a Direitos Humanos. Foto: Divulgação/Rio de Paz

De acordo com Pimentel, a Comissão de Direitos Humanos da OAB se comprometeu com o acompanhamento da família na Delegacia de Homicídios, para prestar os depoimentos necessários para o esclarecimento dos fatos. A Comissão de DH da Alerj vai providenciar o atendimento psicossocial e a Ouvidoria vai garantir o acesso da família aos serviços da Defensoria Pública.

“A família terá atendimento jurídico esta semana ainda junto ao Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria para que seja avaliado tanto o acompanhamento das investigações para a responsabilização dos culpados pela morte da Priscila, mas, também, o estudo de uma eventual ação indenizatória para a família e outras medidas judiciais a que a família possa ter direito”, adiantou o ouvidor-geral.

De acordo com a deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, também presente à reunião, a morte de Priscila não foi um caso isolado. “Mais uma vez a Polícia e o Estado mostram, da pior maneira possível, o seu despreparo. A família de Priscila é mais uma que tem seus planos, sonhos e vidas interrompidas por uma política de segurança pública falha que alimenta a lógica de que agentes podem decidir quem vive e quem morre com a permissão do Estado. Vamos cobrar e acompanhar o caso em busca de Justiça”, disse a psolista.

Os familiares foram à reunião levadas por representantes da ONG Rio de Paz. Na Delegacia de Homicídios prestaram informações sobre a morte de Priscila.

“A informação que a família teve dos vizinhos é que não teve confronto e só ouviram um tiro e este teria partido de onde estavam os policiais militares. Vamos acompanhar as investigações”, contou o advogado Rodrigo Mondego, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Na última sexta-feira, representantes da ONG Rio de Paz estiveram com parentes e testemunhas do crime no Complexo do Chapadão, onde Priscila morava. Segundo os moradores da favela, Priscila foi executada com um tiro nas costas por engano.

"Contaram que ela estava saindo de uma padaria quando foi morta", disse o coordenador de projetos da ONG, Lucas Loback.

"Fizemos esse primeiro atendimento e estamos, agora, encaminhando a família para as autoridades seguirem com a devida apuração desse caso", explicou o mobilizador político e articulador social, João Luís Silva.

Priscila foi enterrada na tarde do último sábado, no Cemitério de Inhaúma. Ela deixou dois filhos, um menino de oito anos e uma adolescente de 15. Segundo a PM, ela teria morrido durante um confronto entre policiais militares e criminosos.

Ouça no podcast do Eu, Rio! os depoimentos do Ouvidor Geral da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, e do advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB RJ

Por Anderson Madeira
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