Na noite desta terça-feira (17), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, usou seu perfil oficial no Twitter para se manifestar sobre a prisão da cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária do estado. Por meio de um vídeo, Cláudio Castro reforçou o combate à criminalidade e afirmou que seu governo vai continuar trabalhando com a máxima transparência.
"Quero reforçar o seguinte: não faço concessões com o tráfico e nem com a milícia. Às vezes, sofro duras críticas, mas combatemos o crime de frente. Não tem negociação com bandidos. Quero lembrar que foi esse o governo que enfrentou recentemente umas das principais facções do tráfico no Jacarezinho e na Maré. Foi também esse governo que prendeu o Ecko e o Macaquinho, dois dos maiores líderes das milícias em nosso estado", avisou o governador.
Ele ainda ressaltou que ninguém negocia pelo Governo do Estado, bem como destacou que a sua gestão não se associa ao tráfico ou à milícia.
"Desde que assumimos o Governo do Estado, em 28 de agosto de 2020, a vara de execuções penais consultou 38 vezes sobre a possibilidade de transferência das lideranças do crime organizado de presídios federais para o Rio de Janeiro. E nas 38 vezes, a Polícia Civil se mostrou contrária ao pedido. Afirmo a vocês que ninguém negocia pelo Governo do Estado. Se o ex-secretário negociou com quem quer que seja, ele fez em nome dele. Não tem negociação com o tráfico e nem com a milícia", garantiu.
Cláudio Castro também lamentou a atitude dos envolvidos e disse que seu governo promoveu uma queda nos índices de criminalidade do Rio de Janeiro.
"Isso é uma afronta aos mais de 80 mil homens e mulheres, policiais civis, militares e penais que combatem o crime diariamente e, muitas vezes, dão a vida para proteger a nossa população. A queda dos índices de criminalidade no estado mostra que estamos no caminho certo. Temos o menor número de homicídios, em 30 anos, desde o início da série histórica. Em julho de 2021, o homicídio caiu em 11% na comparação do mesmo mês do ano passado. Isso é fruto do trabalho das polícias", celebrou.
Por fim, o governador fluminense avisou que a exoneração do ex-secretário Raphael Montenegro já estava acertada.
É importante esclarecer também que a exoneração de Raphael Montenegro já estava decidida. Isso foi amplamente divulgado pela imprensa na semana passada. Nós estávamos buscando alguém com perfil de integração entre as forças de segurança federal e estadual. Elogio aqui o trabalho da Polícia Federal, que está fazendo o seu papel. Faremos um pente fino na Secretaria de Administração Penitenciária. O Estado é o maior interessado nesse processo e tudo será feito com a máxima transparência. Vamos em frente. Sem tempo a perder", concluiu Castro.
O pronunciamento ocorreu depois da prisão os principais nomes da SEAP-RJ pela Polícia Federal, na Operação Simonia. Entre eles estão Raphael Montenegro, secretário estadual de Administração Penitenciária (Seap) do RJ, Wellington Nunes da Silva, subsecretário da gestão operacional, e Sandro Farias Gimenes, subsecretário superintendente. Após investigações, eles foram acusados de realizar acordos com líderes de facções criminosas do Rio de Janeiro.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a Operação Simonia da Polícia Federal, iniciada a partir dos registros da penitenciária federal de Catanduva, no Paraná, onde o secretário acenou com uma trégua aos chefes do Comando Vermelho que voltassem a cumprir pena no Rio.