O decreto do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que limita a circulação nos espaços públicos no município de pessoas que não tenham se vacinado, está dando o que falar, principalmente nas redes sociais. E deu origem à mais nova treta com o clã Bolsonaro. O vereador Carlos Bolsaro, o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro anunciou em seu perfil no twitter que irá entrar com ação judicial para derrubar contra o que está sendo chamado de “passaporte sanitário”. Paes leu a mensagem e debochou.
“Em contato com nossa assessoria para alinhamento de providências a serem tomadas quanto ao Decreto 49335/2021 do prefeito do Rio de Janeiro (Eduardo Paes), publicado hoje, criando o “passaporte sanitário”, pois a matéria vai na contramão do que rege a Constituição”, disse Carlos Bolsonaro (Republicanos).
O chefe do Executivo carioca respondeu: “Para facilitar o trabalho da assessoria, seguem as providências a serem tomadas: Providência nº 1: tomar a 1ª dose! Providência nº 2: tomar a 2ª dose!”.
O decreto teve apoio, contudo, de um antigo adversário político: o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que disputou com Paes a Prefeitura do Rio em 2012 e lhe faz oposição. O pessebista disse: “Decisão correta, prefeito. Agora tem que aplicar a antirrábica no Carluxo”. Carluxo é um apelido de Carlos Bolsonaro. Antirrábica é vacina contra a raiva.
Sobre os críticos do decreto, Paes alfinetou: “Curiosa essa gente da terra plana. Tomamos medidas para voltar a abrir a cidade com a comprovação da vacinação e os caras gritam. Eu hein. Fico pensando como essa gente conseguiu matrícula em escola sem comprovar vacina. Pensando bem, talvez seja essa a explicação: faltou estudo!”.
O internauta Ailton Freitas fez uma postagem sobre uma pesquisa, que após o resultado, apagou: “Você é a favor do Passaporte da Vacina no Rio de Janeiro?? Eduardo Paes liberou apenas bares e restaurantes do passaporte! Amigos, votem em massa para eu esfregar essa pesquisa na cara do Dudu Paes!”. O resultado da pesquisa feita pelo internauta foi 89% a favor da medida e somente 11% contra. O prefeito fez o print da postagem e brincou: “É...Ele apagou, mas, o tal do print é eterno né...”.
O Painel Rio Covid-19 tem dados mais atuais que os citados pelo secretário de Saúde, indicando que mais de 300 mil pessoas deverão ficar com a circulação limitada na capital fluminense com o decreto. Dessas, 242 mil deveriam ter ido aos postos de vacinação e não o fizeram e 69,3 mil idosos deixaram de tomar a segunda dose da vacina. De acordo com o decreto, mesmo aqueles que tomaram uma dose devem ter as duas vacinas administradas para circular em locais públicos, como cinemas, teatros, estádios, circos, ginásios, museus, feiras comerciais, entre outros espaços. A cobrança do “passaporte da vacina” não é obrigatória em escolas públicas, supermercados, bares e restaurantes