Com o Cristo Redentor iluminado de rosa, nesta terça-feira (2), às 18h, ações de conscientização sobre o câncer de mama começam a ser divulgadas no país. O câncer de mama vai atingir cerca de 85.600 mulheres no Brasil, em 2018, segundo o relatório divulgado recentemente pela OMS (Organização Mundial da Saúde). E uma em cada 8 mulheres que viverem até os 75 anos terão diagnóstico confirmado, segundo dados da American Cancer Society. A incidência da doença no Brasil é maior nas regiões Sul e Sudeste, seguida pela Nordeste e Norte.
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antonio Frasson, explica que "90 a 95% dos casos de tumor de mama não estão associados a fatores genéticos, mas aos ambientais e reprodutivos". Entende-se por fatores ambientais os que se referem ao estilo de vida, alimentação saudável, prática de atividade física, baixo consumo de bebidas alcoólicas e não ao tabagismo.
Quanto aos fatores reprodutivos, estes se relacionam ao tempo em que a mulher fica exposta, ao longo da vida, ao estrógeno - hormônio feminino produzido pelo próprio corpo. Frasson relata que "cerca de 60% a 70% dos tumores de mama têm associação com o estrógeno. Quanto maior o tempo de exposição a esse hormônio, maior será o risco da mulher desenvolver um tumor de mama. Se a menstruação começa cedo e termina tarde, aumenta o tempo de exposição ao estrógeno, e segundo o médico, o estrógeno estimula a proliferação celular da mama".
Depois dos 50 anos de idade, o estrógeno continua circulando no organismo. Segundo Frasson, o que importa no risco da doença é o tempo de exposição, e não o momento da exposição", finaliza o médico.
A professora Cláudia Fernandes, aborda como vivenciou o câncer durante e após a doença:
"A mensagem que é importante passar, falar para as mulheres, é que passa. Para ter perseverança, força, que a cabeça ajuda muito. O pensamento de que tudo vai dar certo. De que é uma fase, de que é preciso dentro da medida do possível se manter inteira, se manter com o pensamento lá na frente, na vida e não na morte. Fazer tudo que tem que fazer para tentar se curar. Fazer tudo e fazer rápido. Não postergar nada. Nem ficar com medo de nada. Ir à luta com a cabeça lá na frente, na vida e no futuro".
O Prêmio Nobel de Medicina este ano foi para a pesquisa do tratamento de câncer. Os imunologistas James P. Allison, dos Estados Unidos, e Tasuku Honjo, do Japão, encontraram maneiras de desativar proteínas, que impediam células de defesa de atacar as células cancerígenas. Este novo tipo de tratamento contra o câncer se torna uma nova esperança para a cura da doença. Segundo a academia, esse é um princípio completamente novo no campo da oncologia, que permite "aproveitar a habilidade do sistema imunológico para atacar as células cancerígenas".