A luta contra a pandemia provocada pelo novo coronavírus ainda não acabou, principalmente pelo surgimento de variantes e o possível surgimento de novas e antigas doenças que precisarão da mesma mobilização mundial como ocorrida contra a covid-19. É o que sugere a pesquisadora e professora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP.
Para Ester Sabino, os desafios que ameaçam a humanidade há mais tempo que a covid-19 poderiam se beneficiar do desenvolvimento em tempo recorde de vacinas. O tema foi discutido na 4ª Conferência Fapesp 60 anos: Desafios à Saúde Global.
“Temos que nos preparar cada vez mais para a possibilidade de novas pandemias”, afirma a professora, lembrando que a devastação ambiental que vem acontecendo pode facilitar o contato entre seres humanos e novos vírus.
“É muito importante que essa pandemia nos dê a ideia de como pode ser custoso a gente não trabalhar e prevenir as novas pandemias”.
Ester destaca ainda a colaboração mundial entre cientistas, o que possibilitou o desenvolvimento rápido de vacinas, principalmente quando a China divulgou a primeira sequência do vírus, em janeiro de 2020. A partir daí os cientistas iniciaram a produção das vacinas.
O alerta permanece. Isso por conta de que o coronavírus ainda é totalmente desconhecido. Para pesquisadora, o vírus ainda pode proporcionar novos conhecimentos, principalmente em relação à proteção que as vacinas proporcionam.
“É importante que a população seja vacinada em massa e mantenha as camadas de proteção, com máscara e distanciamento, até que a gente tenha certeza que a transmissão caiu bastante”, aponta Ester, lembrando das ameaças de variantes mais contagiosas, como a Delta.
Ouça no Podcast Eu, Rio! A professora Ester Sabino em entrevista à Rádio USP, que participou do sequenciamento do novo coronavírus, sobre os aprendizados obtidos com a pandemia da covid-19.