O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atingiu a sua maior avaliação negativa desde o início do mandato, em janeiro de 2019, com 55% dos entrevistados o considerando ruim ou péssima. É que diz a pesquisa Ipespe, encomendada pela XP Investimentos e divulgada nesta quinta-feira, 30. Além disso, 18% o consideram regular e apenas 23% o acham 23%. A desaprovação ao governo também bateu novo recorde, de 64%. Na pesquisa anterior, de agosto, era de 63%. A aprovação, que era de 29%, oscilou para 30% e 6% não responderam.
Em janeiro de 2019, a avaliação positiva era de 40%, caindo para 37% em março e a 34% em junho. Em setembro desceu a 30%, enquanto a avaliação negativa foi para 41%. A avaliação negativa voltou a subir a 33% em outubro, enquanto a negativa, caiu para 38%. Em dezembro, a rejeição foi para 39% e a aprovação, a 32%. Em março de 2020, quando começou a pandemia, a avaliação negativa foi para 42% e a positiva caiu para 28%. Foi subindo ao longo dos meses, com o negacionismo do presidente em relação ao novo coronavírus e medidas para conter a sua transmissão. Em maio de 2020 chegou a 50% a avaliação negativa e a aprovação caiu a 25%.
Bolsonaro terminou 2020 com uma avaliação positiva de sua gestão maior do que a negativa, com 38% de ótimo ou bom, 25% de regular e 35% de ruim ou péssimo. Desde então, o cenário só piorou para o presidente. Em janeiro, a avaliação de ótimo ou bom caiu para 32% e de ruim ou péssimo subiu para 40%. Outros 26% avaliavam como regular.
Em agosto, a percepção negativa era de 54% (neste mês oscilou para 55%) e a positiva, de 23% (mesmo percentual de setembro). Para 20%, era regular (agora são 20%).
Segundo a pesquisa, a maioria da população apoiaria o impeachment do presidente neste momento: 51% são a favor e 45% contra. Dos entrevistados, 4% não responderam.
Forças Armadas x presidente
O Supremo Tribunal Federal (STF), um dos alvos preferenciais dos ataques do presidente Bolsonaro, registrou uma avaliação negativa maior do que positiva.
Dos entrevistados, 37% consideram a atuação dos ministros do STF como ruim ou péssima, 28% como regular e 30% como ótima ou boa, e 5% não responderam.
A imagem piorou desde maio de 2019, quando 32% avaliaram como ruim ou péssima, 39% como regular e 21%, ótima ou boa.
A pesquisa indica que a população tem uma confiança maior nas Forças Armadas (58%) e na imprensa (38%) do que no presidente da República (33%). A instituição com melhor avaliação é a ONU, com a confiança de 59% — seguida pelas Forças Armadas e pela Igreja Católica (57%). Em último lugar na escala de confiança estão os partidos políticos, com apenas 9% da população declarando confiança e 86% afirmando que não confia.
A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 22 e 24 de setembro, com mil pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95,5%.
O levantamento também apurou o cenário eleitoral para 2022. Se as eleições fossem hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria qualquer adversário no segundo turno. No primeiro cenário pesquisado, o petista tem 43% das intenções de voto e Bolsonaro, 28%. Os demais candidatos analisados foram o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), com 11%; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 5%; o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), com 4%; e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com apenas 2%.
No segundo cenário, a mudança maior foi na inclusão de outros possíveis candidatos. Lula marcou 42% das intenções de voto, Bolsonaro, 25%, e os demais ficaram com menos de 10%: Ciro, com 9%; o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, com 7%; Mandetta, com 3%; o apresentador José Luiz Datena, também com 3%; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com 3%; Pacheco, com 1%; a senadora Simone Tebet (MDB-MS), também com 1%, e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sequer pontuou.
No segundo turno, contra Ciro, Lula teria 49% e o pedetista, 30%. O mesmo resultado em relação a Eduardo Leite. Já contra Moro, Lula venceria com 53% contra 34%. No embate contra o presidente Bolsonaro, Lula conquistou a preferência de 50% dos entrevistados da pesquisa ante os 31% que votariam no capitão da reserva. Bolsonaro ainda perderia para Ciro, por 45% a 34% das intenções de voto, e com menor diferença contra Eduardo Leite, por 36% a 33% das intenções de voto.
O Ipespe ouviu mil entrevistados de 16 anos ou mais, entre os dias 22 e 24 de setembro, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 3.2 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95,5%.