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Caso Mari Ferrer: justiça absolve homem acusado de estuprar influenciadora

Ela fez um registro de ocorrência, em 2018, afirmando que havia sido drogada e estuprada

Por Moura Júnior em 08/10/2021 às 12:29:34

A influenciadora Mari Ferrer: polêmica. Foto: Rede Social

A decisão sobre o caso de estupro envolvendo o nome da influenciadora Mariana Ferrer causou revolta nas redes sociais. De acordo com uma decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o réu André Camargo Aranha foi absolvido da acusação por falta de provas. Não demorou muito para a absolvição se tornar o assunto mais comentado no Twitter e provocar reações negativas em relação à resolução da ação judicial.

Diante dos fatos, muitas figuras públicas usaram os seus perfis oficiais para repudiar a decisão e cobrar medidas mais enérgicas contra casos envolvendo vítimas de estupro.


Em 2018, Mariana Ferreira Borges tinha 21 anos e trabalhava como influenciadora digital. Ela já era conhecida como Mari Ferrer e tinha o cargo de embaixadora do estabelecimento Café de La Musique, um beach club localizado na capital Florianópolis, no estado de Santa Catarina. Em 15 de dezembro de 2018, Mari participou de um evento realizado pela boate e, um dia depois, acabou registrando um boletim de ocorrência. Na ocasião, a influenciadora afirmou que havia sido drogada e estuprada.

Em novembro de 2020, a história da influenciadora teve grande repercussão depois que o veículo "The Intercept Brasil" fez uma reportagem e associou o julgamento de Mariana ao termo "estupro culposo". Na matéria, os jornalistas utilizaram o termo para fazer uma referência à tese utilizada pelo Ministério Público de Santa Catarina, que pedia a absolvição do réu. Na primeira instância, ele também foi absolvido.

Inadmissível

Em nota oficial, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados afirmou que o julgamento é inadmissível e contribui para coisificação do corpo feminino.

"Inadmissível que se possa aceitar como argumento a 'coisificação' do corpo da mulher, com ardis artifícios que não devem prosperar em uma sociedade que se pretende plural e igualitária. O julgamento é pernicioso, parcial e envergonha o Brasil no cenário nacional e internacional, principalmente pela naturalização do estupro de todos os vulneráveis (crianças, pessoas com deficiência, pessoas idosas e pessoas sem o discernimento necessário), abrindo precedente nefasto e condenável na pauta da luta da violência contra a mulher no Brasil", informou o comunicado.

Ainda segundo a nota, a Secretaria vai continuar agindo para derrubar medidas que diminuam os direitos das mulheres. "Infelizmente, em nosso País, a cada 11 minutos um caso de estupro é registrado. No entanto, apenas 1% dos agressores são punidos. A sociedade brasileira repudia totalmente estes crimes. O Judiciário tem que dar uma resposta adequada. Não podemos mais aceitar a (re)vitimização e a humilhação a que são submetidas as mulheres, nem teses estapafúrdias sendo acolhidas, afrontando o direito de meninas e mulheres em nosso País. Vamos agir para derrubar qualquer medida que diminua direitos historicamente e arduamente conquistados, mas ainda não efetivamente garantido no Brasil. A Bancada Feminina da Câmara dos Deputados se soma no intuito de repudiar qualquer medida que venha ao encontro dos direitos humanos das brasileiras e de todas as mulheres do mundo", conclui o texto.

Até o fechamento desta matéria, a influenciadora não havia se pronunciado sobre o julgamento.

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