O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) anuncia que começará a produzir o Praziquantel Pediátrico, medicamento indicado para tratar a esquistossomose, doença parasitária que afeta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, metade das quais são crianças.
A Fiocruz integra o Consórcio Internacional Praziquantel Pediátrico. O medicamento está na última fase de testes clínicos. A previsão é de que os lotes-piloto sejam produzidos em março de 2022 e o produto disponibilizado em 2024.
Trata-se de um comprimido dispersível em água, o que facilita a sua administração em crianças menores de seis anos de idade. Até então, o medicamento disponível para essa enfermidade não tem uma versão adequada para esse público, o que vem dificultando o tratamento contra a doença, que pode levar à anemia, raquitismo, deficiência na capacidade de aprendizado e inflamação crônica dos órgãos, podendo ser fatal nos casos mais graves.
Gerente do projeto na unidade, Daniel Lacerda informa que o processo de desenvolvimento do praziquantel (PZQ) pediátrico está na fase final.
“Os estudos clínicos de fase III, que estavam sendo realizados no Quênia e na Costa do Marfim, finalizaram a etapa de recrutamento e administração do produto nos pacientes. Agora, entrou na etapa de conciliação e análise final de todos os resultados para fazermos o fechamento do relatório, previsto para o início do próximo ano. Uma análise preliminar demonstrou bons resultados, mas temos que aguardar o relatório final para confirmação e divulgação completa”, pondera.
Esse tipo de auditoria possui um elevado nível de exigência, principalmente porque o projeto é internacional e a empresa parceira, por ser alemã, nos examinou com os requisitos europeus. Essa abordagem permite que a nossa instituição reveja seus procedimentos e se desenvolva. Comparando com a primeira visita, em 2018, vimos o quanto Farmanguinhos evoluiu, conseguindo sanar os apontamentos e elevando ainda mais os padrões da unidade”, aponta Fonseca.