Além do alto salário, os deputados federais e senadores têm direito a privilégios inacessíveis aos contribuintes, como passagens aéreas, carro oficial com motorista, auxílio-moradia e o auxílio-paletó. Os 513 deputados e 81 senadores da atual legislatura, gastaram fevereiro de 2015 a setembro desse ano R$ 849.071.065,60 com cotas e verbas indenizatórias, uma média de R$ 1.429.412,57 por cada político, com essas finalidades. Os dados são da ONG Ranking dos Políticos, que acompanha e fiscaliza o mandato dos representantes do legislativo brasileiro desde 2012.
A bancada do estado do Rio é a quarta que mais gastou no período, no total de R$ 60.913.885,89, uma média de R$ 1.243.140,53 por parlamentar). Atrás de São Paulo, com R$ 97.649.639,59 (média de R$ 1.337.666,30 por congressista); Minas Gerais, com R$ 80.519.410.18 (R$ 1.437.846,61 por político) e Bahia, com R$ 61.801.118,34 (R$ 1.471.455,20). O estado com maior taxa proporcional de gasto é Roraima, em que cada parlamentar gastou em média R$ 1.757.975,54, seguido de Amapá, com R$ 1.746.325,23; Rondônia (R$ 1.654.945,14), Acre (R$ 1.629.903,36) e Pará (R$ 1.613.792,58). O gasto mais elevado é explicado pelo preço das passagens aéreas, que geralmente são mais caras para a região Norte devido a menor oferta de voos, segundo a ONG.
Porém, o diretor-executivo do Ranking dos Políticos, Renato Dias, faz uma ressalva:
“Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro estão com gastos abaixo da média nacional”, observa.
Dias defende que o uso das tais mordomias seja readequada através de uma reforma política, já a partir de 2019:
"Atualmente há exemplos de parlamentares que conseguem desempenhar um bom papel em ambas as Casas com equipes mais enxutas, sem o uso de mordomias como motorista, carro oficial, auxílio moradia e outros benefícios. No entanto, ainda tem também parlamentares que abusam da máquina ao ter mais de 90 assessores, entre comissionados e efetivos", argumenta.
O diretor da ONG reitera que a medida poderia ajudar na aprovação de projetos essenciais ao futuro do país, como a reforma da Previdência:
"Ao mostrar que o exemplo vem de cima, o Congresso consegue ter uma comunicação e engajamento mais eficientes com a população", complementa.
Na bancada fluminense, quem gastou menos foi a deputada federal Clarissa Garotinho (PROS), que gastou em 2018, R$ 77.208,71. No ano passado, ela foi secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação do Rio de Janeiro, na gestão do prefeito Marcelo Crivella. Em segundo lugar vem o deputado federal Índio da Costa (PSD), que gastou R$ 134.111,70.
Quem gastou mais foi Cristiane Brasil (PTB), com R$ 285.612,75. De 2015 para cá gastou R$ 1.632.357,83. Depois vem Francisco Floriano (DEM), com total de R$ 1.570.115,60. Este ano apresentou despesa de R$ 247.810,67.
Cristiane e Francisco não se manifestaram sobre os dados da ONG Ranking dos Políticos.