Uma eleição marcada por confusões

Surpresas, irregularidades, filas longas e problemas com biometria marcam as eleições no Rio de Janeiro. Muitos eleitores se surpreenderam com a necessidade de assinar digitalmente o voto nas seções eleitorais. O Detran-RJ havia enviado dados biométricos para o TRE utilizar no pleito, sem aviso aos eleitores, o que causou surpresa.

Outro problema enfrentado foram as filas. A quantidade de cargos causou problemas a muitos eleitores. Uma eleitora chamada Ana disse que levou 50 minutos para votar. “Muitos idosos na frente. Não sei porque eles foram lá”, disse.

A biometria surpresa gerou dúvidas até entre os mesários. Uma senhora votou à tarde, na zona eleitoral 216/049, e foi informada inicialmente que não havia biometria e que teria que assinar a lista de votantes. Mas isso não se confirmou. Quando ela retornou aos mesários após votar disseram que ela estava liberada da assinatura porque seu registro biométrico constava na seção.

A eleitora insistiu e repetiu a informação que havia recebido – seu registro estava sem biometria. Depois de consultas, a mesária decidiu que a eleitora deveria assinar a lista de presença porque, apesar de aparentar que havia o registro biométrico, a fotografia da eleitora não constava na lista. Portanto, teve de assinar.

A eleitora criticou o despreparo dos mesários. “Se eu fosse uma pessoa mais distraída não teria assinado”, disse.

Outro problema apresentado foram as falhas que urnas tinham ao digitar número de candidato. Nas redes sociais, eleitoras afirmaram que alguns candidatos não apareciam as fotos. Em outros casos, ao digitar o número "1", a tela completava com candidato oposto ao desejo do eleitor, sem direito de correção.

Site inútil

Quem procurou o local da votação no site do TSE no dia da eleição teve problemas. O serviço não conseguia identificar os eleitores, bem como as seções em que eles estavam inscritos.

Outro problema informado por eleitores é a quebra de urnas. Na seção 148, no Colégio Baltazar da Silveira, uma urna permaneceu quebrada desde as 12 horas sem ser substituída.

Na seção 21 da Zona 182, uma mesária teve que debater com uma senhora que pretendia passar a frente na fila. A justificativa era de que ela estava com uma criança. A mesária disse que apenas pessoas com crianças de colo seriam atendidas de modo prioritário. A menina em questão aparentava ter 12 anos. A discussão atrasou ainda mais a votação daqueles que estavam na fila.

As filas foram grandes no Centro de Convenções Sulamérica, no Centro do Rio. Apesar de proibidos, correligionários faziam boca de urna e entrega de santinhos aos eleitores

TRE

O TRE-RJ alegou ter problemas no sistema para informar o número de urnas que deram problemas