Plebicisto em Petrópolis decidiu pelo fim da tração animal em charretes

Durante o primeiro turno das eleições 2018, a população de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, participou do Plebiscito que decidiria pelo fim ou pela continuidade da tração animal em charretes na cidade. Com 117.113 votos contra e 53.668 a favor, as “Vitórias”, como são conhecidas as charretes, não poderão mais usar cavalos em suas atividades turísticas.

A decisão popular computou 31,43% de votos a favor e 68,57% contra, segundo a Justiça Eleitoral. Do total de 170.781 votos válidos, 117.113 votaram contra a atividade e 53.668 a favor. Foram registrados 8.155 votos brancos e 5.732 votos nulos. 

No plebiscito, que foi convocado pela Câmara de Vereadores, era feita a pergunta: "Você é a favor ou contra o uso de tração animal nos passeios turísticos realizados pelas charretes no município de Petrópolis?". O eleitor após votar para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual, respondia à pergunta.

 A metodologia da votação desagradou alguns eleitores que afirmam que a forma apresentada para as opções de voto estava confusa. No Plebiscito o eleitor deveria digitar apenas o número 1 para “sim” e 2 para “não”, porém algumas pessoas acabaram se confundindo devido ao fato de ter apenas um quadrado para registrar seu voto. A polêmica se deu por não ter as opções esclarecidas de acordo com os números, especificando ao qual se referia sua decisão. Muitos não sabiam qual número era a favor ou contra e com isso votaram contrário à sua vontade. 

Em nota enviada pela assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Petrópolis, sexta-feira (5), foi informado que se o Plebiscito decidisse pelo fim das atividades na cidade, caberia à Prefeitura de Petrópolis regulamentar como deverá ser encerrado o serviço das charretes. Relatou que irão preparar Decreto Legislativo com o texto aprovado, obrigando o Poder Público a cumprir a decisão. 

Uma polêmica girava em torno das “Vitórias” em relação ao serviço usar tração animal em suas atividades turísticas, o que acabou dividindo opiniões na cidade. Com alguns contra e outros a favor, o vereador Fernando Meirelles (PP) decidiu pedir o plebiscito para resolver de forma democrática a situação. As justificativas para os que são contra é de que os animais são maltratados e expostos a condições inadequadas para trabalhar. Recentemente, uma chuva de granizo na cidade, fez com que os cavalos se assustassem e saíssem correndo em meio aos carros na região central da cidade. 

Para os que são a favor, os motivos para que se mantenham o serviço das charretes é por se tratar de uma atividade turística que carrega uma identidade cultural, exercida há mais de 100 anos na cidade imperial. O Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), em setembro deste ano, abriu um processo para reconhecimento das “vitórias” como bem cultural e imaterial. Porém, após reunião realizada no Rio com vereadores, protetores de animais e charreteiros, decidiram aguardar o resultado do plebiscito para dar andamento ao processo