A Black Friday ainda não chegou, mas os burburinhos em torno da data já começaram a deixar os consumidores e os empresários em alerta. Considerado o dia que abre a temporada de compras para o Natal, o evento é marcado por promoções interessantes e bastantes atrativas, tanto nas lojas varejistas quanto nos grandes empreendimentos de estoque. Nos EUA, a Black Friday acontece um dia depois do tradicional feriado de Ação de Graças e, normalmente, é celebrada na última quinta-feira do mês de novembro.
Yan Yuri comanda a Solução Consultoria Empresarial e é especialista em novos negócios, gestão e empreendedorismo. À reportagem do Portal Eu, Rio!, ele indicou que uma das melhores estratégias dos e-commerces que desejam potencializar suas metas de vendas é usar o tráfego pago aliado ao tráfego orgânico para obter melhores resultados. Yuri ainda disse que é importante usar influenciadores digitais para alavancar o alcance das páginas e marcas.
Mesmo com a crise econômica, o empresário explicou que as expectativas do aumento das vendas para a próxima edição pode ser justificada devido à demanda reprimida do período em que o país ficou travado pelo lockdown e pelo clima de incerteza e medo que fez as pessoas evitarem e adiarem compras importantes.
"Com a vacinação e a abertura da economia, os clientes vão retornando para a vida normal e isso aumenta a expectativa de alta para a próxima Black Friday. Mas é claro que os preços subiram bastante e acompanharam a inflação. Desse modo, é essencial ficar atento para não cair em pegadinhas", disse o especialista.
Yuri ainda destacou os segmentos de produtos que prometem ser sucesso de vendas.
"Na minha opinião, tudo aquilo que for capaz de gerar no consumidor o desejo pelo consumo e tiver uma entrega com preço justo e boa qualidade será sinônimo de sucesso. Para o pequeno empresário é importante pensar na oferta, nos prazos e na qualidade da entrega. Os eletrônicos, por exemplo, costumam chamar bastante a atenção, mas há também outros produtos domésticos que costumam despertar o interesse dos compradores", ressaltou o consultor.
Além de empresário, Paulo Rapuano também é consultor de empreendedorismo. Ele compartilha com Yuri a ideia de que existe uma demanda reprimida muito grande no comércio, tanto do lado do consumidor quanto do vendedor.
"Foram mais de um ano e meio com o comércio atravancado devido à insegurança gerada pela pandemia, que formou uma pequena bolha no comércio e que, aos poucos, está sendo dissolvida por causa da retomada da segurança do consumo e dos gastos nos últimos meses", adiantou Paulo.
Para ajudar os empreendedores do segmento, ele listou algumas das melhores estratégias para os e-commerces utilizarem nos seus negócios.
"Conheça muito bem a sua audiência e os clientes. Saiba do que eles gostam e qual a média de salário, bem como o quanto têm para gastar e onde costumam navegar na internet. Ter um delivery com uma entrega rápida e simples é uma excelente opção, mas é importante escolher um parceiro de logística com experiência no mercado", sugeriu.
Entre outras dicas, Paulo garantiu que é relevante conhecer bem a concorrência, visitando o site e as mídias sociais deles para conhecer as fórmulas de sucesso utilizadas. O consultor não esqueceu de citar a importância da construção de experiência.
"Construa uma experiência diferenciada de consumo para o seu cliente. Use sempre o feedback deixado por eles para melhorar seu negócio. Também não esqueça de promover sua marca com eficiência. Existem milhares de maneiras de fazer isso. Hoje, os influenciadores digitais movimentam mais de 80% do consumo on-line do mercado mundial", exemplificou Rapuano.
Ele ainda confirmou que a crise gerou uma desconfiança nos gastos do consumidor e que, no período da pandemia, os gastos foram focados em produtos essenciais. Por isso, Paulo acredita que, agora, o consumidor quer consumir.
"A classe B e C não costuma guardar dinheiro e, portanto, agora que o mercado está ganhando confiança novamente, com certeza haverá um aumento bem significativo das vendas. Principalmente, com boas ofertas e descontos. A questão do décimo terceiro também acaba sendo um incentivo para o consumo, assim como as compras de presentes para o fim de ano, entre outros aspectos", adiantou.
Já sobre o segmento de produtos que prometem ser sucesso, o especialista rankeou alguns deles.
"Talvez gerado pela própria crise pandêmica, os produtos que mais vendem hoje são os do segmento da saúde, como suplementos, roupas e acessórios de academia e treino. Produtos para casa, como roupas de cama, móveis e eletrodomésticos também estão na lista. O consumo de produtos de beleza foi outro que cresceu bastante. As mulheres estão consumindo mais do que antes e foi um dos setores que mais cresceu na pandemia. O crescimento do consumo de máscaras faciais, unhas, batons, entre outros, foi bastante significativo", concluiu.