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Associação diz que tarifa de ônibus pode subir 50% em janeiro de 2022

ANTT responsabiliza o Governo Federal e pede mudança na forma de definição do preço das passagens no transporte urbano

Por Portal Eu, Rio! em 11/11/2021 às 09:11:39

Preço das passagens podem aumentar até R$ 2, segundo a ANTT. Foto: Arquivo.

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) emitiu nota alertando para prejuízos de R$ 21,37 bilhões sofridos por empresas de ônibus urbano desde março de 2020 por conta das medidas de distanciamento social para combate à pandemia da covid-19.

Esse prejuízo, provocado pela queda do número de passageiros, fez com que 52 empresas suspendessem a prestação dos serviços ou permanecessem sob intervenção ou recuperação judicial, até o momento.

Na nota, a NTU adverte que a falta de políticas de apoio ao setor, principalmente por parte do governo federal, e a manutenção das atuais regras dos contratos de concessão podem levar a um aumento de pelo menos 50% nos preços das tarifas de ônibus em todo o país a partir de janeiro do ano que vem, quando começam as revisões tarifárias previstas em contrato.

Acrescenta ainda que a renovação coincide com as datas-base de motoristas e cobradores, que ocorrem anualmente entre janeiro e maio. Como os salários desses profissionais – que respondem por 48,8% em média, dos custos das empresas – estão pressionados pela inflação descontrolada, que já acumula 10,25% nos últimos 12 meses, o setor prevê forte pressão por reajustes salariais, num momento em que as empresas estão descapitalizadas e sem caixa para fazer frente às suas obrigações.

“Nesse contexto, infelizmente é possível que haja a intensificação de movimentos grevistas e demissões, resultados indesejados, tanto por empresários quanto por trabalhadores e, principalmente, pelos passageiros que dependem do transporte coletivo urbano para suas atividades diárias”, alerta.

A Associação reforça a nota com números. Alega que houve perda de 87.497 postos de trabalho no segmento de transporte público de passageiros e o registro de 333 movimentos grevistas, protestos e/ou manifestações.

Para sanar o problema, as empresas de transporte público pedem o fim dos aumentos da tarifa pública definidos pelo poder público, uma nova política tarifária, que remunere o custo do serviço prestado, independente da tarifa cobrada do passageiro, uma política de preços diferenciados para os insumos do setor, políticas de apoio e fortalecimento do transporte público por parte do governo federal, estados e municípios e a adoção de um novo marco legal para o transporte público brasileiro, que modernize as regras atuais, garanta uma tarifa barata para o passageiro e um transporte de melhor qualidade em benefício de toda a sociedade.

“Se mantida a prática de transferir ao passageiro a responsabilidade de custear sozinho o transporte coletivo, adotada na maioria dos contratos em vigor no país, podemos esperar no próximo ano uma alta de R$ 2,00 na tarifa ou mais, com consequências imprevisíveis, e não de R$ 0,20, como a que deflagrou os protestos populares de 2013”, diz a nota.

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