Os constantes atrasos nas viagens, interrupções nas linhas, superlotação nos vagões, falta de acessibilidade nas estações e falta de banheiros são alguns dos problemas enfrentados diariamente pelos passageiros dos trens da concessionária Supervia, que trafegam entre municípios da Baixada Fluminense, bairros da zona oeste e norte do Rio de Janeiro até a Central do Brasil, no centro da cidade. Sem falar nos roubos de peças dos trilhos e cabos, que prejudicam os trens, e a existência de bocas de fumo próximas a algumas estações da zona oeste. Esses problemas serão investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujo requerimento de criação foi publicado na edição do último dia 18 do Diário Oficial do Poder Legislativo, pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e deverá ser instalada na próxima semana.
O requerimento foi apresentado pela deputada Lucinha (PSDB), que conseguiu as assinaturas necessárias. “Apresentei o pedido com as assinaturas para a Comissão Parlamentar de Inquérito que trata da Supervia, que trata dos trens do ramal de Gramacho e Santa Cruz. Dei entrada com as assinaturas regimentais, o presidente André Ceciliano mandou que fosse publicado, publicaram um projeto de resolução. O Presidente mandou publicar para transformar já e imediatamente instalar a CPI. Fiquei três meses aguardando, cobrei do Ceciliano. Ele autorizou a instalação dessa CPI porque isso é importante, trata da questão da Supervia, do trem. A população já não aguenta mais ser maltratada, escorraçada e pagar uma tarifa tão cara como a do trem”, contou Lucinha.
A CPI vai ainda analisar as condições dos trens e estações, retorno do ramal Santa Cruz-Central do Brasil, bem como os danos sofridos pelos usuários relacionados à má prestação do serviço de transporte. Vai monitorar dados e estatísticas, analisar os planos de atuação dos órgãos públicos fiscalizadores, e demais setores da sociedade, bem como apurar os valores de arrecadação mensal pela empresa, vistoriar os contratos, balanço de receitas e despesas, comparando áreas geográficas, e solicitar o plano de contingência em caso de interrupção, atrasos, acidentes e incidentes nos ramais.
A Comissão será composta de sete membros e terá prazo de 90 dias para concluir os trabalhos, prorrogáveis por mais 60 dias.
No último dia 24 de outubro, o ramal Guapimirim teve a circulação de trem interrompida devido à manutenção na via férrea. O sérvio só voltou ao normal no dia seguinte. Além das extensões Guapimirim e Vila Inhomirim, o trecho Gramacho-Saracuruna também foi afetado.
No dia 30 de julho deste ano, por volta da 8h45, usuários fizeram uma manifestação nas proximidades da estação Deodoro, afetando os ramais Santa Cruz, interligado ao ramal Deodoro, e Japeri, e as ligações operavam com intervalos irregulares. Os passageiros protestaram contra o serviço prestado pela concessionária.