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Rio recebe a maior exposição das obras de Jean-Michel Basquiat

O conjunto de obras é apresentado pela primeira vez ao público

Por Alexandra Silva em 13/10/2018 às 13:50:18

Depois de passar por três capitais brasileiras, o carioca tem até Janeiro de 2019 para ver de perto, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) a exposição de Jean-Michel Basquiat, considerado um dos mais importantes artistas neoexpressionistas dos Estados Unidos. São 80 obras entre pinturas, desenhos, colagens e cerâmicas com visita gratuita. As obras fazem parte do acervo particular do industrial sírio, Yosef Mugrabi, conhecido no mundo das artes como um dos maiores colecionadores tanto de Basquiat quanto do pintor pop Andy Warhol, que foi um dos grandes entusiastas do trabalho de Basquiat e curadoria do holandês radicado no Brasil Pieter Tjabbes.

Basquiat – um artista múltiplo

Nascido em Nova Iorque, filho de pai porto-riquenho e mãe haitiana. Jean-Michel Basquiat começou a se dedicar a arte ainda na adolescência, grafitando paredes em Nova York, com uma assinatura bem curiosa – "SAMO shit" ("same old shit", traduzido: "sempre a mesma merda"). Isso gerou curiosidade nas pessoas, principalmente pelo conteúdo das mensagens grafitadas. Basquiat ganhou um status de celebridade dentro da cena de arte de Manhattan por suas aparições em um programa televisivo. No fim da década de 1970, Basquiat formou uma banda chamada Gray, com o então desconhecido músico e ator Vincent Gallo.

Basquiat começou a ser mais conhecido quando participou do The Times Square Show, uma exposição de vários artistas. Em 1981, o poeta, crítico de arte Rene Ricard publicou um artigo em que comentava sobre o artista. Isso ajudou a alavancar de vez a carreira de Basquiat internacionalmente. Nos anos consecutivos, Basquiat continuou a exibir sua obra em Nova York ao lado de artistas como Keith Haring e Barbara Kruger. Também realizou exposições internacionais com a ajuda de galeristas famosos.  

Basquiat era um dos poucos artistas afro-americanos num mundo artístico predominantemente branco. E usou essa condição para homenagear músicos de jazz e atletas negros e criticar a sociedade americana. O artista sofreu preconceitos e usou alguns dos seus quadros para chamar a atenção para a falta de diversidade no mundo artístico e para os traumas sofridos pelos negros nos Estados Unidos.

Em 1985, foi capa da revista do The New York Times, em uma reportagem dedicada inteiramente a ele. Com o sucesso, foram realizadas diversas exposições internacionais em todas as maiores capitais europeias. Basquiat morreu de um coquetel de drogas (uma combinação de cocaína e heroína conhecida popularmente como "speedball") em seu estúdio, em 1988.

Um artista muito valioso

A obra do Jean-Michel Basquiat foi reconhecida por colecionadores como algo de grande valor cultural, considerada uma novidade no cenário artístico mundial. Ele era um típico exemplo da geração de sample. Ele compôs os quadros com elementos que juntavam imagens com palavras. Nas obras, ele usa as palavras mostrando que elas significam algo e também dá a elas a representação de imagens de forma poética. Com isso, ainda vivo, ele conseguiu vender obras por preços bem bons para a época. E depois da morte dele, os preços não pararam de subir. Em 2017, a obra “Untitled” foi leiloada por US$ 110,5 milhões, o que na época valeu R$ 370 milhões.

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